Como sair na frente na busca de emprego em período de quarentena

Alguns processos seletivos continuam a todo vapor, sendo realizados e concluídos a distância.

O período de quarentena tem sido um pesadelo para muitos profissionais e mercado de uma forma geral. Todos estão apreensivos com a redução de circulação de pessoas nas ruas, que por consequência resulta na diminuição de faturamento/vendas. Isso gera uma cadeia de queda de contratações e processos seletivos, desde a Indústria até o Terceiro Setor. Entretanto, nada parou completamente. Muitos processos continuam ocorrendo à distância com entrevistas via mídias digitais como Skype, Hangouts, whatsapp e outros similares.

Mas e para se destacar nesse momento? O que é necessário fazer? Nesse artigo, vamos abordar alguns pontos cruciais, invertendo a ordem da análise do cenário atual e mostrando as oportunidades que nós, profissionais, temos para sair na frente em relação a outros candidatos(as) concorrentes.

Processos seletivos continuam sendo realizados e concluídos a distância. (Foto:Divulgação)

É hora de parar por um tempo até a crise do coronavírus acabar?

Não mesmo. Alguns processos seletivos continuam a todo vapor, sendo realizados e concluídos a distância. Muitos profissionais, inclusive, têm sido contratados até mesmo sem nem conhecerem seus chefes imediatos, tendo as atividades transferidas para o trabalho home-office. Isso mostra uma grande evolução social no mercado de trabalho, pois nunca se viu um(a) chefe(a) contratar alguém sem conhecer pessoalmente.

Enquanto muitos profissionais cancelaram suas buscas por recolocação devido a ideia de que o mercado parou por causa do vírus, outros estão correndo “por fora”, enviando currículos, fazendo contatos, participando de processos e recebendo os seus SIMs. Se a nossa opção for parar as buscas, temos que ter a consciência de que muitos estarão passando em nossa frente e ficarão com nossas vagas.

Portanto, a busca deve continuar normalmente, desde que seja com um formato diferente do que era feito antes. O momento requer contatos digitais via mídias sociais ou outras formas que não sejam pessoalmente.

Muitos recrutadores(as) e gestores(as) de áreas estão trabalhando em casa. De uma forma ou outra, isso cria um ambiente menos estressando do que a empresa em si, que tem telefones tocando, o chefe cobrando, o cliente na porta esperando para ser atendido, o colega de trabalho pedindo explicações, etc, etc, etc. Esse ambiente de mais tranquilidade gera solo fértil para esses(as) profissionais estarem mais abertos para responderem e-mails, mensagens em redes sociais e outros tipos de contatos virtuais. Então, vamos aproveitar esse cenário.

O que é necessário saber para esse momento? (tecnologias à distância)

Um fator é crucial para esse momento de entrevistas à distância: o conhecimento de como fazer apresentações em mídias digitais. Isso se torna necessário devido ser uma forma diferente do que estamos acostumados. Para muitos, o ponto crítico pode ser a timidez pela ideia de saber que há uma câmera filmando. Por mais que seja a mesma coisa que uma entrevista pessoal, esse ambiente pode criar uma grande vergonha, que deve ser vencida. Para outros, o ponto crítico pode ser o fato de se cobrar que fique bom e sempre achar que não foi o suficiente. Isso condiciona o comportamento a errar. O fato do desconhecido conceito de entrevistas por mídias digitais ainda é um grande tabu. O desconhecido sempre gera medo.

Para vencermos esse medo, precisamos entender que ele vem da falta de conhecimento pleno sobre o assunto. Você já viu alguém que conhece muito de determinado assunto ter dificuldade para falar sobre ele? Não, certo? Isso significa que quanto mais conhecimento tivermos sobre esse novo formato de entrevistas, mais ficaremos seguros(as) para realiza-lo.

Por isso, vou falar sobre algumas técnicas para conseguirmos fazer isso muito bem:

  • fundo de parede branco ou claro: é o ambiente que estimula a mente a funcionar de forma tranquila. Cores escuras ou alarmantes como amarelo ou vermelho podem deixar a mente em um estado de agitação, o que resultar na dificuldade de exposição de ideias.

  • fundo sem janela ou outro espaço aberto: precisamos de um ambiente que não permita qualquer tipo de distração, seja nossa ou do(a) recrutador(a). Se o espaço for aberto, temos o risco de um pássaro pousar, de um avião passar e ocupar o espaço da imagem, de uma pipa ser vista nos ares, etc, etc. Considerando que o nível de atenção em uma entrevista via mídia digital precisa ser significativamente maior do que uma entrevista pessoal, precisamos pensar que 1 segundo pode desmontar toda a apresentação que estaremos fazendo. Assim, um pássaro, uma pipa ou um avião nos ares pode desviar a nossa atenção ou do (a) recrutador(a), quebrando a sequência de entendimento.

  • o tempo de duração: o ideal é que cada exposição (fala) não passe de 1 minuto. Especificamente num momento de entrevista, a mente humana tem um processo aguçado de atenção nos 50 primeiros segundos por vez. Se a duração passar muito disso, o nível de atenção tende a diminuir. Portanto, se tiver muito a falar, precisamos dividir por blocos de 50 segundos ou 1 minuto, no máximo.
  • sobre a vestimenta: deve ser a mesma que seria usada na entrevista pessoal. Por ser algo filmado, podemos criar a ideia de que precisamos estar com um nível muito acima de apresentação, mas não. Se a função for executiva de terno e gravata, assim devemos estar. Se a função operacional despojada, assim devemos estar.

O pulo-do-gato: como usar o cenário ao nosso favor

Com o foco em criar destaques e boas impressões, que normalmente na entrevista presencial seria mais fácil, entendemos que é necessário fazermos algo que efetivamente seja diferente: o impacto das palavras. E este deve ser feito ao final da entrevista digital.

Vamos imaginar dois cenários:

Cenário 1: fico no aguardo da posição de vocês.

Cenário 2: por que você não me contrataria?

Leia os dois cenários e se perguntou: qual impacta mais auditivamente?

Esse momento requer audácia. Isso é que vai chamar a atenção de quem está nos recrutando. Uma pergunta dessa pode não gerar o sim imediato, no entanto, faremos essa pessoa (recrutador ou recrutadora) ficar pensando nessa ação durante todo o dia. Somente com isso, já estaremos em vantagem em relação a outros profissionais concorrentes.

E então? Vamos colocar em prática?

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Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

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