Chego na última fase, mas nunca sou contratado

Vamos falar sobre alguns pontos críticos que os próprios profissionais do ramo da seleção alegam.

Muitos profissionais se perguntam o motivo de nunca serem contratados, mesmo tendo chegado na última fase do processo seletivo. Quase sempre, são profissionais com excelentes perfis, experiências e conhecimentos que se adaptam completamente à vaga em questão. Mas mesmo assim, o sim não vem.

Com a alta quantidade de profissionais disponíveis no mercado, qualquer detalhe pode fazer uma grande diferença, seja numa entrevista, num teste prático ou teórico. Para estarmos preparados para isso, temos que avaliar as possíveis condicionantes que podem estar nos tirando desses processos.

Para entendermos o que pode estar acontecendo, vamos falar sobre alguns pontos críticos que os próprios profissionais do ramo da seleção alegam. 

Foto: Tim Gouw/Unsplash

Outro candidato com algo a mais 

Um curso ou conhecimento a mais pode fazer uma grande diferença no processo final de uma seleção. Dificilmente a pessoa que nos entrevista vai falar o real motivo, entretanto, podemos analisar o tipo de vaga e o que pode ser esse conhecimento a mais. Vamos falar a um exemplo prático?

Exemplo 1: Se for um processo seletivo para uma vaga de Engenheiro/a Civil de uma empresa que tem operações no Brasil e nos Estados Unidos da América, e existir duas pessoas concorrendo, uma com o inglês fluente e a outra sem o inglês fluente, a que tem o inglês provavelmente vai ser classificada. Isso acontece porque quem está selecionando pensa “Se eu precisar enviar ela para outro país, poderia ir, sem problemas”.

Exemplo 2: Se for um processo seletivo para uma vaga de Técnico/a de Segurança do Trabalho, existindo duas pessoas concorrendo, uma com três NRs e outra com duas NRs, a que tem três provavelmente será contratada. Para essa área específica, quanto mais NRs a pessoa tiver, melhor. Isso pode fazer uma grande diferença na decisão final.

Esses dois exemplos servem para nos mostrar como um detalhe pode diferenciar para a contratação. Dentro da sua área, o que pode ser um diferencial decisivo na palavra final da empresa?

Quase sempre, investir em um curso que poucos profissionais têm pode ser a chave para abrir essa porta.

Algo errado na entrevista

Um fator determinante para a desclassificação num processo seletivo é fazer alguma colocação equivocada durante a entrevista ou fazer colocações superficiais. Mas para isso, podemos criar estratégias que fortaleçam a nossa imagem perante a pessoa que está nos selecionando. Vamos a uma exposição prática disso para vermos qual fica melhor?

Exemplo 1: Sou muito proativo e gerei muitos resultados na minha antiga empresa. Sou muito bom no que faço.

Exemplo 2: Não sou o tipo de profissional que precisam ficar mandando fazer isso ou aquilo. Eu vou e faço, se sei que precisa ser feito. Na minha antiga empresa, tivemos um resultado positivo de X% no setor que eu estava. Isso aconteceu porque aprimoramos os nossos processos e toda a execução do trabalho.

Qual ficou melhor aos ouvidos? Qual causou maior impacto? 

Foto: Christina / Unsplash

Testes com notas baixas

Em alguns processos seletivos, a empresa deixa para aplicar testes no final. Elas classificam todos os profissionais ideais para a vaga e os submetem aos testes. Mesmo que seja surpresa, eles são responsáveis por boa parte das desclassificações devido a um fator específico: notas baixas em Matemática. Mesmo em contas simples, muitos erros são constatados.

Para resolvermos isso, é simples: dar mais atenção às questões mais fáceis. Normalmente, quando elas são aparentemente mais fáceis, podemos imaginar que é rápido para fazer. A nossa mente se condiciona a isso e perde alguns detalhes que poderiam fazer a diferença e gerar o resultado correto. Por isso, é fundamental que tenhamos mais tempo de atenção nessas questões.

Pretensão salarial acima do ofertado

Com a crise que nos assola há alguns anos, muitas empresas tiveram os seus ganhos diminuídos por questões óbvias, a baixa do consumo de produtos e serviços. Isso as deixa em uma condição de pagar salários menores do que pagavam há alguns anos atrás. Outras diminuem salários porque realmente são oportunistas, mas a maioria não.

Dentro dessa realidade, precisamos considerar uma baixa de 30 a 40% de acordo com o nosso último salário. Não é um bom cenário, entretanto, é a realidade que vivemos. Precisamos analisar a viabilidade de nos condicionarmos a isso ou empreender voos com outros tipos de serviços.

Vagas congeladas

Fora de tudo que falamos até agora, também há muitos processos seletivos que são congelados por vários motivos internos. O processo começa, é executado, chega à conclusão do/a profissional que deve ser contratado/a, mas o setor diz que a vaga será continuada depois. Em tempos de crise, principalmente devido o Covid, 5 a cada 10 empresas estão fazendo isso. O motivo causador é a insegurança econômica e política que temos passado. Até vencermos esses dois fatores, ainda vamos presenciais muitos casos como esse.

Quanto a isso, nós, profissional, não temos o que fazer. É uma questão interna e que não depende de nossas competências ou conhecimentos.

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular. 

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