Ariranhas começam a desaparecer no Parque Estadual do Cantão e preocupam especialistas

Na Amazônia, um dos símbolos de conservação, belezas naturais e biodiversidade é o Parque Estadual do Cantão, no oeste de Tocantins. O local faz encontro entre o rio Araguaia, Coco e Javaés. O Parque Cantão é habitat de diversas espécies de animais como a onça-pintada, pirarucu e o boto do Araguaia, que também pertence ao gênero do boto cor-de-rosa.

Durante muitos anos o Cantão também foi abrigo das ariranhas, mas essa realidade está se tornando cada dia mais distante. Durante expedições realizadas no final de 2022, especialistas registraram dificuldade em encontrar as ariranhas. As buscas foram feitas percorrendo os rios da região, após biólogos e ribeirinhos perceberam a mudança, o que gerou uma preocupação.

Esses animais são indicadores ambientais, tendo em vista que elas só ficam em áreas onde a água e os peixes são de boa qualidade. Monitoramentos feitos em anos anteriores flagraram mais de 30 grupos de ariranhas.

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As ariranhas possuem o hábito de construírem tocas no alto de barrancos, que são considerados pontos para a proteção de predadores. Os estudiosos foram até as tocas e os espaços estavam desabitados. A região registrou enchentes em 2022, sendo um dos indicadores para a redução do número de ariranhas. A partir disso, os biólogos começaram a catalogar as tocas, para existir um controle de quantas ariranhas ainda vivem na região.

Os estudiosos perceberam que devido a enchente, as tocas que ficavam nos barrancos foram derrubadas com a chuva intensa. O primeiro passo do estudo é o levantamento de quantas espécies ainda existem no Parque, após levantamento, as medidas para preservar as ariranhas vão ser divididas em ações de fiscalização e de educação ambiental. As expedições devem continuar pelo menos até o final de 2023. 

Ariranhas

Medindo cerca de 180 cm, a Ariranha (Pteronura brasiliensis), é considerada a maior lontra do mundo. Ela pode ser encontrada em toda a Amazônia Internacional, desde o Brasil até Peru, Colômbia, Paraguai, Suriname e Venezuela. Uma das características marcantes da ariranha é o seu corpo alongado, cauda comprida e patas que facilitam a natação. Sua pelagem é amarronzada com manchas beges claras. A ariranha costuma se alimentar de peixes menores, crustáceos e pequenos vertebrados. As principais ameaças à espécie são a degradação e fragmentação ambiental.