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Quinta, 25 Abril 2024

Terra Indígena Waimiri Atroari é a segunda com maior ameaça de desmatamento em 2022 no Brasil

A Terra Indígena Waimiri Atroari, localizada entre Roraima e o Amazonas, é a segunda área do Brasil mais ameaçada pelo desmatamento no primeiro trimestre de 2022. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgado nesta quarta-feira (18).

O estudo 'Ameaça e Pressão de Desmatamento em Áreas Protegidas' pontua que a ameaça é a medida do risco iminente de ocorrer desmatamento no interior de uma Área Protegida (AP). Além disso, entre as dez Terras Indígenas mais pressionadas no Brasil, cinco estão localizadas em Roraima (veja abaixo).

"Utilizamos uma distância de 10 km para indicar a zona de vizinhança de uma AP na qual a ocorrência de desmatamento indica ameaça. Muitas APs resistem a esse tipo de ameaça não permitindo que o desmatamento penetre em seus limites", explicou o Imazon.

A Reserva Waimiri Atroari tem uma extensão de 123 quilômetros e fica entre os estados de Roraima e Amazonas. Foto: Valéria Oliveira/Arquivo/g1 Roraima

O relatório detectou um desmatamento de 687 km² na Amazônia no primeiro trimestre deste ano. O cruzamento dos dados revelou que das 598 células que tiveram ocorrência de desmatamento, 441 indicam ameaça e 157 pressão em áreas protegidas -- os dados correspondem a 74% e 26%, respectivamente.

Em comparação com o mesmo período de 2021, o número de células é 62% menor. Conforme o Imazon, isso ocorre porque "além do número de alertas ser menor no período atual, a área desmatada também reduziu 42% quando comparada com o período anterior".

As áreas protegidas mais ameaçadas são a Flona do Aripuanã, no Amazonas, com 19 células e a Terra Indígena Trincheira/Bacajá, no Pará, com 11. Nessa categoria, a TI Waimiri Atroari ocupou o terceiro lugar, também com 11 células.

A área do Triunfo do Xingu e a do Tapajós, ambas localizadas no Pará, foram as mais pressionadas, com 43 e 12 células, respectivamente. No mesmo período do ano anterior, as duas regiões ocuparam o primeiro e o quinto lugar no ranking de áreas protegidas pressionadas.

A pressão ocorre quando o desmatamento se manifesta no interior da área protegida, levando a perdas de serviços ambientais e até mesmo à redução ou redefinição de limites da área, segundo o Imazon.

No caso das Terras Indígenas, a Trincheira/Bacajá, no Pará, e a Waimiri Atroari foram as mais ameaçadas no período. A TI Wai Wai, em Roraima, ocupa o último lugar. Já a Cachoeira Seca do Iriri, no Pará, e a Waimiri Atroari lideram o ranking das mais pressionadas.

As Unidades de Conservação Federais que lideram o ranking de Ameaça são a Flona do Aripuanã (AM) e Flona do Jamanxim (PA). Em relação a Pressão, a do Tapajós (PA) e a Resex Chico Mendes (AC) lideram o ranking.

Das dez Terras Indígenas mais ameaçadas no Brasil, cinco estão no Pará. Além disso, o estado tem seis das dez Unidades de Conservação Federais mais ameaçadas e sete das dez mais pressionadas também estão localizadas no Pará.

Já as Unidades de Conservação Estaduais mais Ameaçadas foram a FES do Rio Gregório, no Acre e a do Lago do Tucuruí, no Pará. Em relação a Pressão, a área protegida do Triunfo do Xingu (PA) e a Resex Jaci Paraná, em Rondônia, são as líderes do ranking, ambas ocuparam o primeiro e o quinto lugar, respectivamente, no ranking.

Terras Indígenas mais pressionadas

O relatório também apontou que das dez Terras Indígenas mais pressionadas no Brasil, cinco estão localizadas em Roraima. No ranking nacional, a Cachoeira Seca do Iriri, no Pará, ocupa o primeiro lugar com 7 células, seguida da Waimiri Atroari, com 5 e a Apyterewa (PA), com 4. 

Terras Indígenas mais Pressionadas (estudo analisa o primeiro trimestre de 2022)


  • Cachoeira Seca do Iriri (PA): 7

  • Waimiri Atroari (AM/RR): 5

  • Apyterewa (PA): 4

  • Alto Rio Negro (AM): 2

  • Karipuna (RO): 2

  • Manoá/Pium (RR): 2

  • Médio Rio Negro I (AM): 2

  • Moskow (RR): 2

  • Raposa Serra do Sol (RR): 2

  • São Marcos (RR): 2

O Imazon apresenta a cada trimestre um relatório sintético de Ameaças e Pressões em Áreas Protegidas (APs) com base em dados de alertas de desmatamento do SAD e um relatório anual com dados detalhados. 


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