Gigantes do Rio Madeira: peixes que surpreendem pelo tamanho

Jaú e Pirarara estão entre os maiores, mas não ultrapassam o tamanho do Pirarucu. Confira as principais curiosidades sobre eles. 

Um pirarucu com mais de dois metros e aproximadamente 130 kg foi pescado no rio Madeira, em Rondônia, na última semana, e impressionou pelo tamanho. 

Mas outros peixes do rio Madeira, rio que faz parte da bacia do rio Amazonas e banha os estados de Rondônia e do Amazonas, também impressionam pelo tamanho, como conta o biólogo Flávio Terassini.

Pirarucu

É considerado o maior peixes de águas doces das Américas e possivelmente do mundo. Não há no rio Madeira um maior que ele. O animal pode chegar a mais de três metros e 200 quilos. 

“Uma característica curiosa dos pirarucus é que eles são peixes pulmonados, ou seja, eles possuem pulmões. Então eles tem aquelas brânquias, como os outros peixes, mas eles precisam subir na superfície pra respirar e aí mergulhar e prender a respiração debaixo d’água”

revela o biólogo Flávio Terassini.

Pirarucu na Reserva Extrativista Rio Pacaás Novos, em Rondônia. Foto: Divulgação/Sedam

Por ser muito grande e predador, e se alimentar preferencialmente de peixes, o pirarucu pode modificar o ecossistema do local onde está. Uma pesquisa coordenada pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR) identificou o peixe em locais onde ele não costumava ficar. Topo de cadeia alimentar, o pirarucu se torna um risco para os peixes menores, explicou a coordenadora da pesquisa, Carolina Dória.

“No caso do pirarucu, ele está se alimentando das espécies de pequeno porte, por exemplo pacu e sardinha e essas espécies vão diminuindo em abundância, por exemplo na área do reservatório [acima da usina de Santo Antônio]. Em outras áreas, o pirarucu passa a ser dominante na pesca. Ele prejudica a subsistência de algumas comunidades”, explicou.

Jaú

Diferente do pirarucu, o jaú é um peixe de couro. Um dos maiores da categoria que existem no país. Ele é típico da bacia Amazônica e se alimenta de outros peixes menores. Segundo Flávio, o jaú é da família dos bagres. Ele possui “esporões” na ponta das nadadeiras.

O peixe pode ultrapassar 100 quilos e medir quase dois metros de comprimento, sendo bem grande, mas ainda assim é menor que o pirarucu.

Vive em poços bem profundos no leito dos rios e em regiões de águas mais fundas no pé de cachoeiras e corredeiras. Foto: Reprodução/Arquivo/TG

Pirarara

Também nativo da Bacia Amazônica, a pirarara não chega a ser tão grande quanto os outros dois “gigantes do rio Madeira”. O peixe pode pesar mais de 100 kg e medir mais de 1,5 metros.

A pirarara também de é um peixe de couro de água doce e possui barriga branca, com uma lateral amarelada e um tom alaranjado no rabo. O animal é onívoro, mas se alimenta principalmente de peixes menores.

Pirarara fisgada no rio Guaporé, em Rondônia. Foto: Terra da Gente/Arquivo Pessoal

João Cordeiro é uma das pessoas que já conseguiu fisgar o animal em sua maior fase. A pirarara pesava mais de 50 kg. De acordo com o pescador esportivo, foram necessários cerca de 20 minutos para conseguir puxar o peixe e colocar dentro do caiaque. “No outro dia meu braço estava todo dolorido”, contou. 

João e a pirarara de mais de 50kg capturada no Rio Madeira em Porto Velho. Foto: Reprodução/Instagram

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