Queijo do Marajó recebe registro de identificação geográfica e produtores comemoram

Selo de identificação geográfica é um reconhecimento de que o produto é proveniente de uma determinada área e o distingue dos seus concorrentes

O queijo do Marajó, iguaria apreciada e premiada nacional e internacionalmente, recebeu, recentemente, o registro de Identificação Geográfica (IG), do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A IG é uma importante conquista para os produtores de queijo marajoara na região.

A Identificação Geográfica (IG) permite delimitar uma área geográfica, restringindo o uso do nome aos produtores e prestadores de serviços da região – em geral, organizados em entidades representativas, que no caso do queijo, em questão, é a Associação dos Produtores de Leite e Queijo do Marajó (APLQ).

“[A IG] muda a vida dos produtores que vivem dessa atividade e passam a agregar o valor justo de um produto único; sem falar que o Arquipélago do Marajó passa a ser um destino cada vez mais procurado, por suas belezas naturais e pela gastronomia”, afirmou a vice-presidente da Associação dos Produtores de Leite e Queijo do Marajó (APLQ), Bruna Silva.

Mais conhecida como “Bruna Peua” por causa da marca de queijo da famíla, a produtora diz estar satisfeita com o recebimento da IG. “Também, muda no cenário do campo, a partir do momento que várias famílias passam a entender a importância do seu papel e de permanecer produzindo e vivendo de maneira econômica e socialmente justa”, enfatizou Peua.

Foto: Divulgação

 Alimentação Escolar

Com a IG, produtores de queijo do Marajó terão mais oportunidades para comercializar o produto para escolas municipais, por meio Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), já que o registro certifica um produto, que já é referência para a merenda escolar.

O preço pago é competitivo em relação ao mercado convencional e garante renda sem a dependência da flutuação do movimento de turistas no arquipélago marajoara, pois que os turistas são os principais compradores.

A Associação dos Agricultores Familiares dos Campos do Marajó (AAFCAM), atualmente com 52 associados, também comercializa pelo Pnae. A Associação foi constituída no começo de 2019.

Orientação

Desde 2019, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) reforçou as visitas técnicas às queijarias e propriedades de pecuária bubalina leiteira de municípios marajoaras como Cachoeira do Arari, Salvaterra, Ponta de Pedras, Muaná, Soure, entre outros, proferindo palestras e aplicando checklists. O objetivo é identificar a realidade das cadeias produtivas principais e de orientar ajustes sanitários e de manejo dos rebanhos.

Para o supervisor regional da Emater nas Ilhas, que jurisdiciona parte do Arquipélago do Marajó, o zootecnista Ricardo Barata, mestre em Saúde e Produção Animal na Amazônia, o (registro da) IG é um processo revolucionário de valorização e incentivo à produção do queijo do Marajó.

“Vai proporcionar a diferenciação entre produtos e serviços, melhorando o acesso ao mercado local, além de fomentar o desenvolvimento regional, surtindo efeitos positivos para produtores locais e o consumidor final”, pontuou o supervisor regional.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Esses rios ainda são nossas ruas? Estudo avalia condições dos terminais hidroviários paraenses

Por apresentar uma vasta rede de rios, a Amazônia é considerada uma das regiões com potencial elevado para o desenvolvimento do transporte hidroviário.

Leia também

Publicidade