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Terça, 30 Abril 2024

Com intuito de fortalecer cooperação internacional e desenvolvimento regional, Guiana Francesa adere à Amazônia+10

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O Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e a Université de Guyane assinaram, em Belém, no Pará, um acordo de cooperação científica no âmbito da Iniciativa Amazônia+10. O objetivo é estimular a cooperação internacional entre pesquisadores, instituições científicas e empresas para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação da região amazônica. O evento foi realizado durante a visita do presidente da França, Emmanuel Macron, e do presidente da Université de Guyane, Laurent Linguet, a Belém.

A Iniciativa Amazônia+10 reúne 25 Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) estaduais e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e já disponibilizou cerca de R$ 137 milhões em duas chamadas de pesquisa, uma delas em parceria com quatro agências internacionais: British Council e o UK Research and Innovation (UKRI), ambos do Reino Unido, a Swiss National Science Foundation (SNSF), da Suíça, e o Centro Universitário da Baviera para América Latina (Baylat), da Alemanha.
'Vila Brasil', comunidade que fica do lado francês do rio Oiapoque. Parque Amazônico da Guiana é a maior reserva florestal da França. Foto: Guillaume Feuillet/Parc amazonien de Guyane

Linguet sublinhou o interesse de seu país em contribuir com estudos e pesquisas sobre a Amazônia.

"O acordo visa a colaboração mais profunda entre França, Guiana e Brasil, que transcende fronteiras, para preservar recursos e atuar na melhoria das condições de vida da população. A Amazônia é mais do que uma floresta, é um símbolo de nossa responsabilidade. Por meio dessa parceria, a Université de Guyane está comprometida com a preservação e a gestão desse tesouro ambiental por meio da inovação, ciência e tecnologia",

apontou.

O protagonismo das instituições amazônicas tem mudado o foco das iniciativas de pesquisa na região, afirmou o presidente da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), Marcel Botelho. E essas parcerias, ele disse, trouxeram "um olhar para abaixo do dossel da floresta, evidenciando a riqueza cultural de sua população e a grande necessidade do desenvolvimento de novos conhecimentos para alavancar sua qualidade de vida em conjunção com a preservação".

Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, sublinhou a importância da cooperação internacional em iniciativas de pesquisa na Amazônia. "A Université de Guyane tem investido em laboratórios, em estudos nas áreas de biologia e inovação, por isso, essa parceria nos dá a possibilidade, em conjunto com pesquisadores brasileiros, de desenvolver estudos sólidos e eficientes para melhorar a qualidade de vida de nossas populações".

Participaram da cerimônia representantes de diversas instituições, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Coordenadoria do Laboratório de Biossoluções e Bioplásticos da Amazônia da Universidade Federal do Pará (Laba/UFPA), Fundação Carlos Gomes, além de pesquisadores da UFPA, Universidade do Estado do Pará (Uepa) e Unifesspa. 

Um dos temas de interesse tratados no encontro foi a superação dos desafios da Amazônia, visando o desenvolvimento sustentável aliado à melhoria da qualidade de vida dos 29 milhões de amazônidas. Considerando o potencial que a região apresenta para inovação, produção, beneficiamento, comercialização e consumo de produtos oriundos da biodiversidade e fazendo da bioeconomia uma nova matriz econômica para o desenvolvimento sob as bases da sustentabilidade.

Linguet já havia manifestado o interesse em colaborar com o Brasil em estudos sobre a Amazônia. O território franco-guianense – considerado um departamento francês ultramarino e, portanto, parte da União Europeia – é quase totalmente coberto pela floresta tropical.

"Penso que juntos podemos fazer muitas coisas boas para nossas populações, para a floresta amazônica e para nossas nações. Vejo muitos interesses comuns, principalmente em temas como ecologia, biodiversidade, silvicultura e os impactos das mudanças climáticas na Amazônia",

disse em dezembro de 2023, à Fapesp.

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