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Sexta, 19 Abril 2024

Joaquim Melo, o criador e guardião da 'Banca do Largo' em Manaus

Muitas pessoas podem até não saber seu nome, mas Joaquim Melo era uma figura amada por muitos manauenses. Isso porque o historiador é o criador da Banca do Largo, localizada no Largo de São Sebastião, no Centro de Manaus (AM). Um espaço que abriga a mais completa coleção de livros sobre a Amazônia e faz parte da história da capital. 

Joaquim morreu neste 1° de janeiro de 2023, aos 64 anosvítima de complicações cardíacas após sofrer um infarto. O livreiro estava internado desde o último dia 20 de dezembro, em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Desde 2006 ele era o responsável pelo local que conta com um acervo de mais de 2 mil livros dedicados à literatura amazônica. Segundo a Secretaria de Cultura do Amazonas (SEC), Melo comandou 16 edições do Tacacá na Bossa, projeto que movimenta a cena cultural, com shows de artistas locais nas noites de quartas-feiras, no Largo de São Sebastião.

Em nota, o Governo do Amazonas disse se solidarizar com a família e amigos de Joaquim, e "agradece a imensa contribuição dele, com seu amor pelos livros e pelo Amazonas, deu para a cultura e história do estado".

Joaquim Melo morreu aos 64 anos. — Foto: Divulgação/SEC
Foto: Christian Braga/Sumaúma

Reconhecimento

O livreiro era formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com pós-graduação em História e Historiografia da Amazônia pelo Departamento de História da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) - onde também fez mestrado em Sociedade e Cultura, tornando-se referência para os fãs de literatura amazônica, estudantes e até turistas.

Alguns amigos publicaram mensagens de agradecimento e despedida nas redes sociais, como a jornalista Eliane Brum, que chegou a ter dois livros seus lançados na Banca do Largo. "Um pedaço da Amazônia morreu nesta madrugada. Joaquim Melo, o criador da Banca do Largo, a alma da Banca do Largo, a mais completa coleção de livros sobre a Amazônia, partiu. Joaquim, essa pessoa sem tamanho. Joaquim, meu amigo", lamentou. 

A historiadora Giselle Braga, criadora do projeto Manaus de Antigamente, também lamentou a perda. "Impossível não pensar na Banca do Largo, sem pensar no lançamento de livros de autores Amazônicos. Impossível não pensar o Tacacá da Bossa, sem pensar nos cantores Amazônicos. Seu Joaquim era um dos maiores incentivadores da cultura no Centro Histórico", destacou.

O jornalista Denis Calnan, do Canadá, afirmou que "conhecer Joaquim Melo foi um ponto alto de estar em Manaus. Sua pequena loja no centro da cidade é uma joia".

"Perdi um irmão, um grande amigo, conselheiro de gosto apurado e fala suave que contia no peito revolta pela injustiça e amor pelo proletariado, de esquerda de ideias de uma Amazônia múltipla e sempre gentil, atencioso e educado. O que tenho de Amazônia devo muito ao Joaca, o primeiro que deu moral pro Rap no Largo, aos livros, aos papos, as indicações e sempre com aquele "te cuida caboco que tu não é qualquer um"", declarou o artista Jander Manauara.

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas publicou a nota de pesar na íntegra também nas redes sociais: 

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