Manaus 30º • Nublado
Quinta, 25 Abril 2024

Dia do biólogo: Conheça a rotina da profissão que estuda a fauna e a flora

Responsável pelo estudo, análise e observação das mais variadas formas de vida existentes, o biólogo é um profissional bastante versátil. Quem faz o curso da ciências biológicas na faculdade, pode trabalhar em mais de 80 áreas de atuação, desde meio ambiente, biodiversidade e até na área de saúde e biotecnologia. Nesta sexta-feira, 3 de setembro, é comemorado o dia do biólogo.

Mas como de fato atua um biólogo? O portal Amazônia acompanhou a rotina do biólogo e pesquisador, Gabriel Masseli. Gabriel é doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e atua principalmente nas áreas de herpetologia (ciência que estuda anfíbios e répteis), ecologia de comunidades e bioacústica.

A escolha

Gabriel conta que desde criança tinha contato e curiosidade em relação à natureza. Nascido em São José dos Campos, interior de São Paulo, o biólogo veio para o Amazonas com 14 anos e logo de cara se encantou com a região "já no avião, eu olhava aquele tapete verde, aquela floresta. E eu me perguntava: o que será que tem ali, aquela curiosidade", conta.

No distrito de Balbina, no município de Presidente Figueiredo, Gabriel ingressou, ainda no ensino médio em um programa de iniciação científica que trabalhava com quelônios. Inspirado pelos pesquisadores do INPA, ele se sentiu motivado para seguir na carreira de biólogo, incluindo mestrado e doutorado "Eram pesquisadores que trabalhavam com que hoje eu trabalho, com sapos, rãs, pererecas, que é a herpetofauna", lembra o pesquisador.

Pesquisa e desafios

A Amazônia é uma das regiões com uma das maiores biodiversidades de fauna e flora do planeta. Muitos biólogos e pesquisadores de diversas áreas vem realizar trabalhos de pesquisa na região. Porém, questões como incentivo financeiro  são dificuldades enfrentadas por um biólogo.

"O Brasil passa por um problema de não valorização da ciência, isso é algo muito serio. Então, isso acaba dificultando os estudos, as pesquisas que são de suma importância para o desenvolvimento de um país", relata. Na região amazônica, o pesquisador ainda comenta sobre a peculiaridade de regiões remotas, "Então tem essa dificuldade de ir a campo e estar na floresta e em lugares remotos, com poucos recursos, ou quase nada, às vezes tendo que tirar do próprio bolso", declara.

Gabriel desenvolve suas pesquisas com o orientador Dr. Igor Luis Kaefer (UFAM) e. com o co-orientador Dr. Anderson Saldanha Bueno (IFFar). Atua também no KaeferLab. Ele afirma que a rede de cooperação entre cientistas facilita a "romper as barreiras de dificuldades". Ainda relata que muitas instituições privadas, algumas estrangeiras auxiliam e contribuem para o fomento a pesquisa, como a Rufford Foundation.

Rotina

Masseli em sua pesquisa, analisa a atividade vocal de espécies de anuros (sapos) amazônicos e os efeitos da formação de ilhas nas mudanças no canto dos sapos. Para isso, ele usa equipamentos como microfone e gravador e utiliza um software especial para analisar essas mudanças de comportamento, por exemplo: como esses animais conseguem atrair outros no mesmo horário para seguir a sua atividade vocal.

Na maioria das vezes, ele instala o equipamento no ambiente e o deixa por dias, coletando depois para analisar as amostras. Os anuros possuem uma maior atividade vocal no final de tarde e início da noite. 

Paixão pela Biologia

Apesar das dificuldades, Gabriel ama o que faz e alerta quem tem interesse na área "É uma área muito ampla, o biólogo se ele quiser trabalhar na área da medicina, ele vai trabalhar, na área de neurociência, pericia criminal, são diversas áreas, tanto no setor público, quanto no privado", enfatiza. O biólogo e doutorando acredita que a ciência é o caminho para evolução e aconselha outros pesquisadores e cientistas a se aproximar mais da sociedade.


Foto Isabelle Lima

Com os termos técnicos, nomes científicos, e artigos publicados no inglês, Masseli acredita que a ciência se distanciou da sociedade e com isso diminuiu os lugares onde a ciência consegue chegar. "A sementinha da ciência está dentro de cada jovem, cada criança, da sociedade como um todo. Parte da gente, cientistas, fazer brotar, germinar essa semente para ter futuros cientistas e professores na sociedade".

Veja mais notícias sobre Amazonas.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quinta, 25 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://portalamazonia.com/