Baile e passeios: saiba como foi a visita da família imperial a Manaus em 1927

Já com o regime republicano vigente, membros da família imperial brasileira buscaram conhecer os Estados da região amazônica e passagem por Manaus foi marcada por  eventos de lazer.

Dentre o registro de autoridades que passaram por Manaus, no Amazonas, está a família imperial brasileira. Na década de 20 do século passado – já no regime republicano – a capital amazonense recebeu a visita de  Dom Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança (neto de Dom Pedro II), sua esposa a Princesa Elisabeth Dobrzensky, e a filha, Princesa Isabel de Orléans e Bragança.

A família imperial permaneceu entre os dias 23 a 30 de maio e acompanhados da elite manauara na época, que vivenciava o apogeu do ciclo da borracha, realizaram várias atividades nos “cartões postais” da cidade.

O Portal Amazônia recorda o período marcante – e pouco lembrado – da visita de membros da família imperial à capital amazonense. Confira:

Dom Pedro de Orléans e Bragança com sua filha Isabel de Orléans e Bragança no palacete Mello Rezende em 1927. Foto: Reprodução/Twitter-Giselle Braga

Baile imperial

No cronograma da família imperial, Manaus era o último destino da excursão pelos Estados da Região Norte. Chegaram a bordo do vapor ‘Distrito Federal’ e foram recepcionados ao som de fogos de artifício por autoridades locais, além de grande parte da população que estava na recepção. A família gostou tanto da recepção, que no mesmo dia resolveu realizar um baile especial para a alta sociedade amazonense da época.

O baile aconteceu no Palacete Mello Rezende, localizado na Praça do Torquato Tapajós (conhecida também como Praça dos Remédios), em traje à rigor, e iniciou pontualmente às 21 horas com término pré-marcado para meia noite.

Os organizadores foram a família Mello Rezende (a mesma que nomeia o palacete) e a dança foi iniciada em par pela princesa Isabel e por Luiz Crehange, cônsul de França, seguidos do príncipe Dom Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança e pela princesa Elisabeth Dobrzensky

Além da família real, o evento contou com a presença de outras importantes autoridades como Raul Azevedo, Huascar Figueiredo, Nunes de Lima, Bretislau de Castro, Luna Alencar, Paulino de Mello, Raul da Matta, Maxinino Corrêa, Araújo Lima e Costa Porto, e também de cônsules de países como Peru, Alemanha, Bélgica, Chile, Argentina, Estados Unidos, Equador, França, Itália, Japão, Inglaterra, Colômbia, México e Paraguai.

Programação na cidade

Nos dias seguintes após o baile, o príncipe foi visitado pelo Centro Acadêmico da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais de Manaus. Já no dia 27, ao lado do Major Floriano Machado, visitou a Fábrica de Cerveja Amazonense, de Miranda Corrrêa & Cia, o que o deixou admirado pelo porte do estabelecimento.

Leia também: Conheça a história da Cervejaria Amazonense, o “castelo abandonado” à beira do rio em Manaus

Outros lugares nos quais a família imperial frequentou foi o Manáos Harbour, recebida pelo diretor; o Colégio Amazonense Dom Pedro II, cuja construção foi realizada nos tempos do império; prédio dos Correios; e o Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA).

Nos últimos dias de sua estadia, o neto de Dom Pedro II e sua comitiva fizeram um passeio fluvial no vapor ‘Inca’ junto ao governador da época, Ephigênio Salles, e a empresa Fontenelle, que era proprietária do Cine Polytheama e exibiu o filme ‘Uma Noite Gloriosa’, de 1924, para as autoridades.

Em 30 de maio, a comitiva partiu às 17 horas rumo a Belém, no Pará, e de lá seguiriam para a região sul do país.

Palacete Mello Rezende

Símbolo do período de maior desenvolvimento social e econômico do Amazonas, o Palacete Mello Rezende fica localizado na rua Coronel Sérgio Pessoa, na Praça Torquato Tapajós, popularmente conhecida como Praça dos Remédios, no Centro histórico de Manaus.

Anos iniciais do Palacete. Foto: Giselle Braga/Twitter

O local pertencia à família Mello Rezende e de acordo com a historiadora Giselle Braga, em 1910 o local sofreu um bombardeio. Confira como está o local agora:

Com o decorrer do tempo, não foi mantida a conservação e preservação do prédio. Foto: Giselle Braga/Twitter

No seu processo de decoração, muitos elementos da arte europeia clássica foram utilizados pelo artista pernambucano Crispim do Amaral. Naquela época, grande parte dos prédios possuíam referências à cultura do ‘Velho Mundo’.

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