Tripulante do voo da Chapecoense diz que sobreviveu graças à posição fetal

Um dos sobreviventes do acidente que vitimou a delegação da Chapecoense, na Colômbia nesta terça-feira (29), o técnico da aeronave Erwin Tumiri, acredita que não morreu porque seguiu os procedimentos de segurança determinados pela aviação. Ele, o jornalista Rafael Henzel e a comissária de bordo Ximena Suárez são os sobreviventes em condições mais estáveis, porém com ferimentos graves.

Trabalho de resgate encerro na tarde desta terça-feira (30). Foto: Wilson Pardo/Polícia da Antioquia

Tumiri contou à equipe de resgate que conseguiu salvar a própria vida seguindo os procedimentos de segurança indicados. Ele disse que ficou em posição fetal com uma mala entre as pernas, mas que muitos passageiros, com o nervosismo do momento, haviam ficado em pé.

O estado de saúde dos seis sobreviventes ainda é delicado, especialmente dos três jogadores. O lateral Alan Ruschel sofreu traumatismo na coluna e já passou por uma cirurgia bem-sucedida. O goleiro Jackson Follman teve uma perna amputada, após ter dado autorização aos médicos para o procedimento. O estado de saúde do zagueiro Hélio Neto, que sofreu um traumatismo craniano, é o mais grave.

O avião que levava as 77 pessoas era um Avro Regional Jet 85, também conhecido como Jumbolino, de matrícula CP-2933, fabricado pela British Aerospace 146. A aeronave tinha 17 anos de uso, capacidade para 95 pessoas e é era a única da companhia aérea Lamia, da Bolívia.

Identificação

Começa nesta quarta-feira (30) a difícil tarefa de identificação dos corpos das 71 pessoas que morreram no acidente aéreo. O avião caiu a 17 quilômetros (km) do aeroporto internacional de Rionegro, no Noroeste da Colômbia. Nesse mesmo aeroporto tem chegado nas últimas horas, procedentes do Brasil, os familiares das vítimas para ajudar na identificação dos corpos.

Possíveis causas do acidente

Já foram encontradas as duas caixas pretas, que devem oferecer melhor panorama do que aconteceu. A hipótese mais plausível é de que o combustível tenha acabado, o que teria provocado uma falha elétrica total. A comissária de bordo que sobreviveu disse aos socorristas que lembra apenas que as luzes do avião começaram a se apagar progressivamente.

O que está sendo discutido é por que o avião não teve ou não solicitou autorização imediata para pousar, mas foi direcionado para dar duas voltas em um perímetro próximo ao aeroporto, enquanto outra aeronave, procedente do Panamá, que havia anunciado uma perda de combustível, obteve prioridade para o pouso imediato.

Peritos em segurança aeronáutica consultados pela imprensa colombiana opinaram que é inexplicável esse tipo de avião ter sido usado para cobrir uma distância de 2.265 km, distância entre Santa Cruz de la Sierra e o aeroporto José María Córdoba. Segundo eles, esse é quase o limite de autonomia de voo desse tipo de aeronave.

Mundo inteiro de luto

O mundo do futebol está de luto, e vários times do planeta prestaram homenagens às vítimas. Na Colômbia, o clima é de consternação total. Os governos nacional e local têm mobilizado muitas pessoas para ajudar no resgate e na identificação dos corpos, nas buscas no local do acidente e no atendimento aos familiares que estão chegando ao país.

Por sua vez, o Atlético Nacional, time contra o qual a Chapecoence iria disputar a final da Copa Sul-Americana, pediu à confederação de futebol para dar o título ao clube da cidade de Chapecó, como uma homenagem aos  que morreram no acidente.

Nesta quinta-feira (1°), haverá um tributo de toda a torcida do Nacional no Estádio Atanasio Girardot, onde deveria ocorrer o jogo entre os dois times, na primeira partida da final do campeonato. 

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