Despedida de Popó dos ringues leva sete mil pessoas ao Mangueirinho

Quando as luzes do Ginásio ‘Mangueirinho’ se apagaram o foco foi todo para ele: Acelino ‘Popó’ Freitas. O maior campeão brasileiro de boxe, detentor de 4 títulos mundiais, levou a galera ao delírio durante a madrugada deste sábado (12), em Belém, cidade que o atleta escolheu para encerrar a carreira. Era a última vez que o baiano entraria num ringue para mostrar o porque é um dos maiores ídolos brasileiros do esporte.

O adversário foi o mexicano Gabriel ‘El Rey’ Martinez, que deu trabalho ao pugilista brasileiro. Veloz e habilidoso, castigou um pouco o baiano, mas nada que tirasse o protagonismo do anfitrião.  No auge de seus 42 anos, o boxeador mostrou reflexo e muita força. Desferindo golpes que levaram o público ao delírio e saindo bem dos ataques do mexicano, o brasileiro emocionou a torcida.
Muitos aplausos, gritos, e um público que apoiou o lutador durante oito rounds. No fim, por decisão unânime dos jurados, Popó sagrou-se, mais uma vez vencedor. “O boxe sempre me deu alegria. O povo paraense é muito especial, as pessoas no Mangueirinho estavam muito empolgadas. Queira ou não a gente tá ali tomando porrada, mas ao mesmo tempo está reparando a emoção das pessoas torcendo, gritando, me incentivando, motivando cada vez mais. Vou sentir muitas saudades dessas vozes: ‘Vai, Popó. Vai, campeão, derruba'”, disse ele logo após a luta. 

Foto: Reprodução/Facebook-Governo do Pará
Emocionado, ele também revelou que vai sentir falta não só das lutas, mas também da imprensa e do povo paraense. “A falta que eu vou sentir de vocês jornalistas também vai ser grande. Esses dois meses que fiquei aqui em Belém do Pará, recebi um carinho enorme das pessoas, desde o motorista de ônibus, ao empresário, e tudo o que aconteceu hoje só foi possível com o apoio de todos vocês. Essa é uma das cidades brasileiras onde mais se pratica boxe e é o esporte que dá mais títulos a Belém. Era o sonho do Ulysses que eu lutasse aqui, e foi concretizado com a minha despedida”, comentou.

Na plateia, o público estava satisfeito com o evento. Aline Martins, amiga de uma pugilista que fez a única luta feminina do card, gritava a todo instante palavras de incentivo não só para Rosana Martins, que lutou com a também paraense Débora Guerreiro em uma das lutas preliminares do evento, mas para todos os outros paraenses que subiram no ringue durante o evento. “Vim assistir a luta da Pimentinha (Rosana Martins) e do Popó. Ela perdeu, mas o que importa é que estou aqui, nesse evento maravilhoso. Nosso ginásio é muito bonito, está pronto para receber as pessoas da melhor forma e estou muito feliz”, comemorou.

Outro que fez sua voz ecoar na Arena Guilherme Paraense, foi Gilvanio Lopes, que nem durante a entrevista parou de gritar. “Vi na televisão a notícia da luta e desde então foi só expectativa, eu adoro boxe, adoro esporte e não podia perder a luta. Muitas vezes vi o Popó ser campeão na televisão e estou muito feliz de estar aqui hoje, ao vivo. Essa iniciativa do Governo do Estado foi muito boa, o Mangueirinho é maravilhoso, ambiente agradável, temperatura ótima, é tudo muito bom, estrutura maravilhosa e todos os paraenses tem que vir aqui”, complementou.

Card

Na sexta luta da noite, o paraense Jefferson Dias da Silva, venceu por pontos o gaúcho Gustavo Silva e levou o cinturão brasileiro da categoria “Leve”. “Foi uma luta dura, o gaúcho estava bem condicionado, aguentou até o final as pancadas, mas o que importa é que a vitória foi nossa, o campeão brasileiro dos leves é do Pará. A torcida paraense está de parabéns”, comemorou Jefferson.

A sétima luta da noite também teve cinturão em jogo. Jackson Amaro Furtado venceu o paulista Paulo César Galdino no primeiro round, depois de uma sequência da vários socos. “A torcida que veio aqui já estava esperando por esse resultado, eu levo isso aqui muito a sério e sei que todo mundo já sabia que eu ia arrebentar”, comemorou.

Outro que fez história nessa noite, foi Lucas Silva, que fez sua estreia no boxe profissional. Filho do treinador de Popó, ele carrega o campeão brasileiro como um pai. “É muita felicidade para mim fazer essa estreia no meu estado, do lado do meu pai e na despedida desse cara que é também como um pai para mim. Vim com toda a força para não ter possibilidade de um resultado diferente, tinha que arrebentar”, comemorou. E foi o que ele fez! Lucas foi para cima de Raimundo Santos, que precisou ser atendido ainda no ringue pela equipe de médicos após uma sequência forte de socos.

A secretária estadual de Esporte e Lazer, Renilce Nicodemos, acompanhou todas as lutas de perto e comemorou não só o público de 7 mil pessoas presentes na Arena Guilherme Paraense, mas o sucesso do evento. “Ter no nosso Estado a despedida de um atleta como o Popó, campeão de quatro títulos mundiais foi uma honra. Coloca nosso Pará na rota dos grandes eventos esportivos e o mostra para o mundo. É uma alegria também saber que um dos responsáveis pelo sucesso desse atleta de ponta é um paraense, o Ulysses Pereira, que treinou ele durante esses 27 anos em que o Popó esteve nos ringues. Ver essa casa cheia, com famílias inteiras prestigiando os atletas paraenses é maravilhoso. Hoje foram 10, dois deles disputando cinturão brasileiro e todos ficaram aqui. Então só tenho a agradecer o nosso governador Simão Jatene que vem apoiando o nosso esporte, as famílias que vieram, aos atletas que deram força, aos presidentes das federações, o paraense está de parabéns”, finalizou.

A arena

Bastante elogiada pelo público, a Arena Guilherme Paraense, inaugurada há um pouco mais de um ano, já foi palco de outros eventos de sucesso, como o II Torneio Quatro Nações, com a seleção feminina de handebol e o amistoso da seleção feminina de vôlei contra a República Dominicana.

Na segurança do evento, Policiais Militares do Comando de Policiamento Especializado (CPE), Rotam e do Comando de Policiamento da Capital não deixaram que nada de errado acontecesse. Ao longo de toda a noite, antes e pós evento, agentes do Detran ordenaram o trânsito com apoio da Semob. Nenhuma ocorrência foi registrada.
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