Da crise da borracha aos tempos atuais: Barezão completa 100 edições

O Fast Clube foi o campeão amazonense de futebol em 2016, mas um outro fato histórico passou quase despercebido: esta foi a centésima edição do Campeonato Amazonense de Futebol, o famoso Barezão. O torneio, concebido em 1914, ainda na fase amadora, coincidiu com o período da Crise da Borracha e teve o extinto Manaós Athletic, fundado por ingleses, como campeão das duas primeiras edições.

O futebol desembarcou em Manaus ainda nos primórdios do século XX. Por influência dos ingleses, também dividia atenções com modalidades como críquete, tênis e tiro ao alvo. A primeira edição do estadual reuniu cinco equipes, dentre elas Nacional e Rio Negro. O Nacional, aliás, foi pentacampeão consecutivo entre os anos de 1916 e 1921. “Em 1919, o Nacional fez uma excursão a Belém e empatou com o Remo e perdeu de 5 a 2 do Paysandu”, relembrou o pesquisador Francisco Bittencourt ao canal Amazon Sat.

O fim do ‘boom‘ da borracha impactou diretamente no futebol em Manaus. “Houve uma queda, porque muitos clubes sumiram. A maioria deles eram financiados pelos barões da borracha”, explicou Francisco. Enquanto poucos sobreviveram, como Nacional e Rio Negro, outros foram fundados. O São Raimundo, por exemplo, nasceu em novembro de 1918, com a contribuição de imigrantes nordestinos.

A fase profissional do futebol amazonense só começou em 1964, já num outro período econômico importante: o da Zona Franca de Manaus. Dentre tantas histórias, coube ao Fast não apenas quebrar o jejum de 45 anos sem o maior título estadual, como também levantar a taça da centésima edição do peculiar Barezão.