CBF confirma Iranduba no Brasileiro Feminino; torneio sofre mudanças

MANAUS – O Iranduba está confirmado na elite do Campeonato Brasileiro Feminino em 2017. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou nesta terça-feira (1º) mudanças radicais na competição, que agora terá duas divisões (Séries A1 e A2) e 16 equipes em cada uma delas. De acordo com os novos critérios, os oito primeiros colocados do ranking de 2017 estão garantidos na Série A1, o que consolida o Hulk na primeira divisão.

Iranduba foi vice-campeão brasileiro sub-20 em 2016. Foto: Mauro Neto/Sejel-AM

Nos bastidores, havia resistência aos novos critérios que a CBF adotaria para determinar os times da elite do Brasileiro Feminino. Isto porque, como esperado, a entidade priorizou os primeiros colocados do ranking nacional e os chamados “times de camisa”, que não necessariamente investem de forma consistente no futebol feminino.

O Iranduba, por sua vez, não esteve seriamente ameaçado de perder sua vaga. O clube amazonense está projetado para alcançar a sexta colocação do ranking da CBF em 2017. Ademais, o Hulk teve os cinco maiores públicos do Brasileiro Feminino deste ano, o que é de interesse direto da confederação, tendo em vista que a inclusão de grandes clubes visa justamente a rentabilidade do torneio.

Além dos oito melhores do ranking, a Série A feminina de 17 terá o campeão brasileiro (Flamengo), o campeão da Copa do Brasil (Audax/Corinthians) e seis clubes convidados da Série A masculina. A estratégia visa estimular os grandes clubes a fazer futebol feminino, pois os novos critérios da Conmebol exigem que, a partir de 2019, os clubes que disputam a Libertadores masculina devem obrigatoriamente possuir um time feminino.

Já a Série A2 terá 16 vagas determinadas a partir do ranking feminino, mas os critérios mudam a partir de 2018. Além dos dois rebaixados de 2017, a segunda divisão terá um representante direto da melhor federação do ranking. As outras 26 vagas serão disputadas em 13 jogos de mata-mata pelos representantes das demais federações, o que abre caminho para times de todo Brasil ingressarem em uma divisão nacional.

Com as mudanças, os times da elite nacional farão no mínimo 14 jogos na temporada. Isto porque o Brasileiro será disputado em turno e returno com dois grupos de oito equipes, passando em sequência para as fases quartas de final, semifinal e final. No entanto, a modificação do calendário acarretou na extinção da Copa do Brasil Feminina por parte da CBF. A confederação entende que o torneio não é rentável e que o Brasileiro pode suprir ‘sozinho’ a demanda de jogos dos clubes.

Mudanças radicais

Ainda não há data prevista para a CBF divulgar oficialmente os clubes participantes do Brasileiro Feminino em 2017. As mudanças profundas envolvendo o futebol feminino também englobam uma mudança de comando na seleção brasileira: a treinadora do São José e vice-campeã da Copa do Brasil em 2016, Emily Lima, assume no lugar de Vadão. A estreia de Emily pela seleção será justamente em Manaus, no Torneio Internacional de Futebol Feminino, em dezembro.

Emily esteve em Manaus em abril deste ano, quando o São José empatou em 1 a 1 com o Iranduba pelo Brasileiro Feminino. O público presente foi de quatro mil pessoas, o terceiro maior do campeonato. “Infelizmente não é algo comum [o bom público], mas acredito que vai começar a ser. É muito gratificante ver o estádio dessa maneira trabalhando no futebol há 25 anos. Isso é bom pra modalidade e eu parabenizo o trabalho que o Iranduba vem fazendo”, disse Emily, à época, ao canal Amazon Sat.

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