A recente revitalização trouxe novas histórias e serviços entre os 40 boxes em funcionamento
Você já foi ao Mercado Municipal São Francisco? Fundado em 1979, é considerado um dos mais antigos de Boa Vista. E diferente do que muitos pensam, o espaço não conta apenas com os tradicionais restaurantes. A recente revitalização trouxe novas histórias e serviços entre os 40 boxes em funcionamento.
Quem vai ao mercado, atualmente, encontra quiosques de perfumaria, consertos eletrônicos, assistência técnica, peixaria, agência de turismo, papelaria, locação de louças e acessórios e os tradicionais artesanatos e produtos naturais. No box 24, o diferencial da dona Nazaré Oliveira Alves, de 68 anos, é a venda de café regional moído na hora.
Há cerca de 10 meses à frente do Tudo de Grão, dona Nazaré encontrou no novo trabalho um recomeço após a perda do filho. “Aqui eu sorrio, choro, conheço pessoas novas e vou seguindo a vida. Quando recebi a proposta de vender um café que é produzido em Roraima, fui logo atrás de estudar o produto. Hoje é o meu queridinho”, disse.
Além do café regional, Dona Nazaré também vende outros dois tipos especiais: o café com açaí – onde a semente do açaí é moída junto com o café, e o café de açaí. Vale ressaltar que os três produtos possuem o selo de controle da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para conhecer melhor, é só aparecer e experimentar o café acompanhado de um excelente papo.
Na praça de alimentação, o box 28 tem à frente Francisca Nascimento, de 45 anos, dona do ‘Sabor Natural’. Entre os restaurantes disponíveis, o Sabor Natural é o único com cardápio exclusivo aos públicos vegetariano, vegano e restritos de glúten. Há pouco mais de um ano no Mercado, dona Francisca já possui 60 clientes fixos diários.
“Comecei a cozinhar em casa, logo quando virei vegetariana. Quando tive a oportunidade de expandir, aproveitei. Aqui eu mesma faço as compras diariamente, é tudo fresco todos os dias. O cardápio eu mesma invento, com exceção da segunda-feira, dia de comida árabe, e sexta-feira, dia de feijoada. Tudo ‘veg’!”, explicou.
Entre os produtos utilizados, Francisca destacou o uso de grão de bico, lentilha e Proteína Texturizada de Soja (PTS), além da diversidade de frutas, legumes e verduras. Para os fãs de comida doce, a empreendedora também aceita encomendas de bolos. “Já me pediram para servir café da manhã, estou analisando”, falou.
No quesito regional, além do tradicional ‘Café da Vanda’, no box 12, o comerciante Júnior Félix escolheu vender um dos principais produtos do norte: a farinha. Há mais de 30 anos no Mercado Municipal, Júnior abriu o negócio junto à mãe, que se afastou do quiosque durante a pandemia. Quem chega ao box 37 encontra, pelo menos, 10 tipos de farinha.
“Tenho tanto as regionais, como as que vem de fora. São pelo menos cinco tipos da amarela, da branca, a tradicional tapioca, utilizada principalmente com açaí, e a farinha de tapioca fina. Mas não tem jeito. A mais procurada é a nossa farinha amanteigada”, comentou o comerciante.
Sexta musical
O administrador do Mercado, Sebastião Almeida, adiantou que a partir dessa sexta-feira (13), o público vai passar a almoçar com som ao vivo. “Toda sexta-feira, a partir das 11h, teremos algum artista por aqui. A ideia é atrair a população cada vez mais, já que o período da pandemia foi difícil para o Mercado e seus comerciantes”, contou.
O Mercado Municipal funciona de segunda à sábado, das 6h às 18h, e aos domingos, das 6h às 15h. Durante todo o ano, o centro comercial só fecha três vezes: no Dia de Finados, no Natal e no Ano Novo.