Feiras livres e mercados sintetizam cultura alimentar e gastronomia popular de Belém

Moradores e visitantes da capital paraense não dispensam fazer refeições ou comprar produtos que estão sempre à mão nesses espaços da cidade.

Por trás das seculares árvores das ruas de Belém, presentes na paisagem da capital paraense, existem vários encantos de uma metrópole dinâmica e culturalmente forte. É entre as árvores de vários bairros que funcionam feiras livres e mercados, onde se consegue observar verdadeiros exemplos de outras características que definem, e muito, a cidade, como seus sabores, cores, aromas, afetos, histórias e memórias da cultura alimentar e da gastronomia popular. Encontra-se de tudo um pouco e é difícil resistir à lista de experiências possíveis que esses locais proporcionam.

Já é tradição frequentar feiras livres e mercados da cidade, que abrigam, inclusive, a maior feira livre do Brasil e da América Latina: o Ver-o-Peso, título merecido devido ao seu tamanho e à sua diversidade de produtos e serviços, como sentar em um dos boxes de alimentação e pedir um almoço tipicamente regional, de peixe frito com açaí. Não haveria melhor inspiração ao primeiro circuito de cultura alimentar e gastronomia popular de
feiras e mercados de Belém – o Circuito Rango de Feira – que não fosse o Ver-o-Peso. A iniciativa conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, que valoriza as manifestações culturais como instrumentos de transformação social no país.

Foto: Divulgação/Vale

“A culinária paraense é ímpar. Os sabores da Amazônia são reconhecidos internacionalmente e o Rango de Feira proporcionou a reunião de muitos desses sabores. O Instituto Cultural Vale patrocina o projeto dentro de sua linha de atuação voltada ao apoio de iniciativas inclusivas, sociais e culturais. Acreditamos que a cultura é um instrumento de transformação social que busca a democratização e o fomento da arte, do conhecimento e do desenvolvimento das expressões artísticas brasileiras, ao mesmo tempo em que contribui para o fortalecimento da economia criativa em todo o país”,

declara Christiana Saldanha, gerente do Instituto Cultural Vale.

Além desse símbolo da capital paraense, o Circuito envolveu participantes das feiras de Icoaraci, Benguí, Pedreira, 25 de Setembro e Cremação, que tiveram a sua rotina de trabalho e a geração de renda afetadas pela pandemia da Covid-19. Integrou o Circuito uma vasta programação de capacitação, formação e inserção de agentes da cultura alimentar e gastronomia popular, com foco no desenvolvimento de seus negócios e na comercialização de seus produtos, um verdadeiro incentivo à economia criativa de Belém no segmento de alimentação. Para realização das ações, foram consideradas todas as orientações e as restrições sanitárias do período.

Durante a realização do Circuito, foram produzidos documentários que estarão disponíveis nas redes sociais do projeto, contando as trajetórias dos agentes da cultura alimentar e da gastronomia popular da cidade, assim como as suas relações com esses espaços e os pratos exclusivos elaborados para programação. E o grande público já pode acessar esses pratos e conhecer o processo de preparação até a sua comercialização.

A primeira edição do Circuito Rango de Feira também recebeu o patrocínio da Secretaria Municipal de Economia (Secon), Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), Companhia de Desenvolvimento da Área Metropolitana de Belém (Coden), Secretaria de Estado Cultura (Secult), Secretaria de Turismo (Setur), Sebrae e Unama.

Cozinheiros trocam experiências sobre pratos das feiras da capital

A primeira edição Rango de Feira teve a participação de cozinheiros de seis tradicionais feiras de Belém: Pedreira, 25 de setembro, Cremação, Ver-o-Peso, Icoaraci e Benguí. Eles receberam qualificação com especialistas convidados pelo Circuito, nas seguintes temáticas: “Um toque de Chef da cultura alimentar”, com o renomado cozinheiro Leo Modesto, que também é embaixador desta primeira edição; “Cultura Alimentar na Amazônia, história, conceitos e direitos”, com Tainá Marajoara; “Aproveitar para não desperdiçar, é a alma do negócio”, com Wagner Vieira, da Toró Gastronomia Sustentável; e “Marketing Digital e Posicionamento de Marca” com a influencer e especialista Dani Filgueiras.

O renomado cozinheiro Leo Modesto é embaixador desta primeira edição. Foto: Divulgação/Vale

Ao inserir os cozinheiros das feiras de Belém, o projeto também pretende estimular a troca de saberes e fazeres, com vistas à comercialização de pratos mais inovadores. Leo Modesto comemora os resultados do Circuito e agradece a iniciativa e a oportunidade dada aos vendedores. “Me orgulha enquanto cozinheiro, chef e embaixador do projeto ver que podemos empoderar essas pessoas. Observamos que o projeto alcançou seu objetivo, a partir do momento em que os feirantes conseguem olhar para dentro de si mesmos, definir qual a sua identidade na cozinha e traduzi-la em seus produtos. Cada feira tem sua particularidade e não pode ser ignorada. Sempre fiz refeições em feiras e vejo que são lugares onde podemos estar mais próximos da cultura de uma casa”, avalia.

Concurso elegeu os três melhores pratos de cada feira

Após o ciclo de capacitações, o público ajudou na escolha dos melhores pratos produzidos pelos participantes do Circuito. Foram eleitos os três melhores Rangos de Feira de cada uma das feiras envolvidas no projeto, a partir da avaliação de um corpo de jurados técnicos, composto por chefes de cozinha e personalidades ligadas à cultura alimentar e à gastronomia, e da votação popular por meio das redes sociais, realizada entre os dias 17/12/2021 e 10/01/2022.

O resultado do concurso foi divulgado no dia 14 de janeiro, no Instagram do Circuito Rango de Feira, dentro da semana de comemoração ao aniversário de 406 anos de Belém, tornando-se mais um presente à capital paraense.

Revista Rango de Feira

Além da capacitação e do concurso, o projeto publicará a Revista Rango de Feira, que traz os 18 finalistas e as seis receitas exclusivas da primeira edição do circuito. A edição virtual da revista será lançada no próximo dia 30 de janeiro. Já a versão impressa terá distribuição setorizada para a rede hoteleira da capital paraense e nacional, em formato bilíngue, de maneira a potencializar o turismo de experiência orgânica de cultura alimentar da cidade. Toda a programação do Circuito Rango de Feira busca fomentar esse tipo de turismo nas feiras livres e mercados de Belém, a fim de viabilizar uma
nova atração na cidade.

Sobre o Instituto Cultural Vale

O Instituto Cultural Vale parte do princípio de que viver a cultura possibilita às pessoas ampliarem sua visão de mundo e criarem novas perspectivas de futuro. É um instrumento de transformação social que busca democratizar o acesso e fomentar a arte, a cultura, o conhecimento e o desenvolvimento das expressões artísticas brasileiras, ao mesmo tempo em que contribui para o fortalecimento da economia criativa em todo o país. O Instituto tem uma rede de espaços culturais próprios com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Visite o site do Instituto Cultural Vale para saber mais sobre sua atuação: institutoculturalvale.org. 

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