A Seção Braille da Biblioteca Pública Arthur Vianna (BPAV), em Belém (PA), completou 50 anos no dia 20 de novembro. O espaço da Fundação Cultural do Estado do Pará (FCP) busca garantir a inclusão social com diferentes serviços com acessibilidade e formação para as pessoas com deficiência visual. A seção fica no segundo andar do Centur, na avenida Gentil Bittencourt, no bairro de Nazaré, e é aberta ao público de segunda-feira a sexta-feira, das 9h às 18h.
São diversos serviços disponíveis para as pessoas com diferentes graus de deficiência visual, entre eles estão: empréstimo de livros e periódicos em Braille, assim como livros falados, cabine adaptada de computadores com acesso à internet e sintetizadores de voz que permitem às pessoas cegas o acesso independente, digitalização de textos, leitura oral, impressões em braille, dentre outros.
Marina Moda, tem 69 anos e frequenta a Seção Braille desde 2001, e fala que aprendeu a ler em braille na FCP. “O pessoal da biblioteca me ajudou muito, me apresentaram os livros em braille e eu comecei a levar os livros daqui para minha casa. Quando eu voltava para FCP, ficava muito animada, para ler mais livros. Além de fazer muitas amizades que levo desde 2001”, disse a aposentada.
Além dos livros em Braille a FCP oferece, desde 2022, os óculos “Orcam MyEye” que permitem a leitura instantânea de materiais como livros, revistas, apostilas e código de barras. Os óculos apresentam uma câmera acoplada que reconhece os objetos e cores situados a sua frente. Além disso, a fundação oferece diversas oficinas para pessoas que querem aprender a mexer em computadores e também oficinas que ensinam a ler em braille.
Para Dailton Conceição, pedagogo da Seção Braille da Biblioteca Pública Arthur Vianna, !é uma felicidade” estar comemorando os 50 anos da seção.
“Com muita alegria e muita honras, estamos comemorando os 50 anos da seção Braille da BPAV e nesses 50 anos só temos a agradecer por todo o trabalho que vem sendo desempenhado nesses anos, um trabalho de muita garra e muita vontade para ajudar as pessoas com deficiência visual, a sua informação, na formação, em tudo que é necessário para que ele se desenvolva educacionalmente, culturalmente e socialmente”, diz o pedagogo.
Aproximadamente 120 pessoas passam por mês no local. Além do presencial, a biblioteca disponibiliza serviços via e-mail, onde o documento é enviado e impresso em Braille, atingindo outros municípios do Estado.
Marina Moda acrescenta que a biblioteca foi sua escola e agora é seu segundo lar. “Para mim é como se fosse a minha segunda casa, porque eu chego aqui as pessoas me recebem bem, a gente conversa, a gente brinca, troca confidências com as pessoas que trabalham aqui. Temos um ciclo de amizades muito bom, aqui é um espaço acolhedor”, finaliza Marina.
*Com informações da Fundação Cultural do Pará