De acordo com a agente analista de execução penal e responsável pela Política de Educação nas Unidades Penais, Renata Keli Duarte, a educação é uma das ferramentas importantes no processo de reinserção social. “Temos trabalhado, em conjunto com os chefes das unidades e demais servidores, com os órgãos da execução e a ofertante Seduc, a fim de fomentar os projetos de educação conforme estabelece a Lei de Execução Penal”, explicou.
O chefe de segurança da Unidade Penal de Augustinópolis, Edvanio Pereira Silva, falou sobre a importância social da oferta de Educação aos custodiados. “Sabemos que a sociedade em geral tem uma visão distorcida de que o Sistema Penal é uma ferramenta apenas punitiva. A experiência na nossa Unidade acontece para mostrar que os presos podem mudar de vida pela educação. Alguns só precisam de uma oportunidade que não lhes foi dada fora do Sistema e aqui, quando finalmente recebem esse apoio, vemos que essas vidas podem ser transformadas”, concluiu.
Entre os formandos estava o custodiado, F.S.P., que aproveitou a oportunidade para agradecer aos profissionais envolvidos nos trabalhos educacionais desenvolvidos na Unidade Penal. “Foi muito bom para nós e por isso quero agradecer a toda a equipe da escola e dizer que admiro os professores que passaram pela minha vida. Eu estava perdido, mas agora tenho um foco, quero alcançar meus objetivos, melhorar de vida com os estudos e ter um emprego para ajudar a minha família fora daqui”, afirmou.
Tatiane Maria Padilha Targino, mestre em Ciências da Educação e diretora da Escola Estadual Fazenda Dezesseis, que oferta escolarização na Unidade Penal de Augustinópolis, definiu o momento como sendo marcante por se tratar da primeira turma de pessoas privadas de liberdade formada no ensino médio na região. “Quero ressaltar que essa iniciativa nos oportuniza efetivar a função social da nossa Unidade de Ensino, que vai muito além do letramento, visando também a transformação de vidas”, disse a educadora.