Pesquisa utiliza capim-elefante na produção de biomassa para a geração de energia térmica

A pesquisa aborda como biomassas sustentáveis são vitais para garantir a preservação do Bioma Amazônia no estado de Mato Grosso

A nova cultivar tem boa produção e alto valor nutritivo. Foto: uenf ciência

Sustentabilidade e geração de energia é a compreensão construída a partir da tese “O Capim-Elefante como biomassa para a geração de energia térmica no Estado de Mato Grosso”, construída pelo professor Roberto Carlos Beber, da Universidade do Estado do Mato Grosso. O trabalho do professor já tem reconhecimento internacional com publicações internacionais.

A pesquisa aborda como biomassas sustentáveis são vitais para garantir a preservação do Bioma Amazônia no estado de Mato Grosso e, ao mesmo tempo, possibilitar a geração de energia para a região e sua população.

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“Neste trabalho, foi investigado o potencial da cultivar de capim-elefante BRS Capiaçu como alternativa para minimizar o uso da madeira de floresta nativa como biomassa para a geração de energia”, explica o professor Roberto Carlos Beber.

A tese aponta que o consumo energético necessário para atender a crescente demanda agroindustrial no estado do Mato Grosso, tem gerado uma pressão progressiva sobre o bioma local, uma vez que as biomassas provenientes de madeiras nativas não são capazes de atender a toda demanda, quando se busca valorizar o contexto ambiental/conservacionista não predatório.

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Foto: Antônio Vander Pereira / Embrapa

“O potencial energético verificado para o BRS Capiaçu qualifica esse produto para o uso como biomassa alternativa, uma vez que seu potencial energético é similar ao do eucalipto e com potencial equivalente ao da madeira nativa da Amazônia, porém com a vantagem de não levar ao desmatamento, de ser renovável, e de possuir baixa complexidade em termos de maquinário (semeadura e a colheita)”, relata do docente sobre a investigação do capim elefante como biomassa alternativa para a geração de energia térmica, incluindo os aspectos energéticos, químicos e operacionais, além dos agronômicos. 

Na prática o capim-elefante BRS Capiaçu é uma biomassa com elevado potencial para geração de energia por meio da combustão. “Contribuindo ainda com a elaboração de uma ferramenta importante por meio de modelos matemáticos que podem ser usados para prever o potencial energético e a densidade em função do teor de umidade, que são úteis em aplicações logísticas e operacionais”, destaca o professor Roberto Carlos Beber.

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Reconhecimento aponta caminhos para tecnologia e desenvolvimento

A pesquisa caminha para render mais frutos, de acordo com o professor Roberto Carlos Beber. “Já estão estão andamento pesquisas sobre a novos usos do capim- elefante BRS Capiaçu na síntese de novas propostas para seu uso no setor de energias  renováveis. Além dos atuais esforços relacionados ao BRS Capiaçu, existem inúmeras outras culturas anuais como sorgo biomassa e tantos outros, resíduos de culturas anuais e industriais que carecem de pesquisas aprofundadas para a produção de energia térmica nas industrias da região”, ressata.

O professor Roberto Carlos Beber destaca que a tese rendeu dois artigos publicados em revistas internacionais; “Cultivar de capim-elefante BRS Capiaçu como biomassa  sustentável para geração de energia no bioma amazônico do Estado do Mato Grosso” e “Efeito da parte da planta e da idade nas características de  química imediata, estrutural e elementar do capim-elefante cultivar BRS Capiaçu para bioenergia baseada em combustão”. As revistas Energies e Sustentability foram os periódicos que publicaram os artigos relacionados com a tese.

“A revista Energies se concentra em pesquisa, tecnologia, engenharia e gestão da energia, e  contato com a revista a mesma demonstrou interesse na publicação do artigo, pois tratava-se de um tema relacionado a produção de energia, mas, também, com enfoque voltado a sustentabilidade e a preservação ambiental. A Sustentability, periódico acadêmico sobre sustentabilidade técnica, ambiental, cultural, econômica e social, fornece um fórum avançado para estudos relacionados à sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável. É importante ressaltar que este tema de pesquisa esta diretamente relacionado a necessidade das empresas as quais nosso laboratório tem parceria, uma empresa produtora de etanol de milho e outra fornecedora de biomassa”.

Pesquisadores

A tese foi defendida no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Biodiversidade da Rede Pró Centro-Oeste em 14 de fevereiro de 2025. A pesquisa foi construída pelo professor Roberto Carlos Beber, do Câmpus Universitário de Sinop, sob a orientação dos professores Evaldo Martins Pires e Roberta Martins Nogueira.

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