Pecuária cresce 85% em Roraima em sete anos, aponta Agência de Defesa Agropecuária

A pecuária cresceu 85,7% em Roraima nos últimos sete anos e, em 2025, o estado atingiu um rebanho de 1,3 milhão de cabeças de gado

Gado criado em Roraima. Foto: Naamã Mourão/Rede Amazônica RR

A pecuária cresceu 85,7% em Roraima nos últimos sete anos e, em 2025, o estado atingiu um rebanho de 1,3 milhão de cabeças de gado, segundo a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr).

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No primeiro semestre de 2025, foram abatidos 105.301 bois no estado. A previsão é atingir 180.515 abates até o fim do ano, o que representa desempenho histórico para o setor.

Pecuária cresce 85% em Roraima
Pecuária cresce 85% em Roraima em sete anos. Foto: Naamã Mourão/Rede Amazônica RR

Entre os municípios, Mucajaí lidera o ranking com 19.876 abates, seguido por Rorainópolis (13.064) e Caracaraí (11.923). Na sequência aparecem:

  • Iracema: 11.496;
  • Cantá: 10.645;
  • Alto Alegre: 10.420;
  • Caroebe: 9.412;
  • Bonfim: 8.310;
  • São Luiz do Anauá: 3.236;
  • Amajari: 2.883;
  • São João da Baliza: 2.820;
  • Boa Vista: 1.216.

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Exportações ganham força

Com o aumento da produção, o setor se prepara para exportar carne bovina. Em Iracema, a 93 km da capital Boa Vista, uma fazenda mantém cerca de 7 mil bois destinados ao abate, com foco no mercado de outros estados.

Pecuaristas de Roraima miram exportação para o Caribe. Foto: Naamã/Rede Amazônica RR

O pecuarista Chrystiano Ricardo, que chegou a Roraima há 15 anos, acompanha de perto o crescimento da pecuária no estado. “Estamos aqui desde 2001, e a gente conseguiu já mudar muito na área tecnológica da fazenda, com inseminações, com a própria recria do gado. Nós temos Goiânia, temos Manaus, que somando esses dois, a gente pode escoar mais ou menos 2 mil a 3 mil animais por mês”, disse.

“Isso é muito bom, com o estado que era pequeno, que não tinha essa saída de gado, hoje a gente está crescendo, a gente vê uma luz no fundo do túnel”, ressaltou.

Para ele, exportar parte da produção ajuda a valorizar o produto e fortalece o setor. Ele explicou que, para exportar, é necessário ter rastreabilidade animal desde o nascimento até o abate. “Com a ajuda do frigorífico, conseguimos agregar valor ao produto e trabalhar com volume. Antigamente, a gente ficava pensando: como vou vender? Para quem? Hoje, não”, contou Chrystiano.

Caribe é oportunidade de expansão

O zootecnista Diógenes Fernando Cardoso avalia que a abertura do mercado para a Comunidade do Caribe (Caricom), bloco que reúne países da região, representa uma grande oportunidade para Roraima.

“Nós temos 11 milhões de habitantes e 40 milhões de turistas. Se você pensar nesse mercado, é algo extraordinário. Você tem infinitas possibilidades de crescer. Não dá mais para pensar em abrir novas áreas. O segredo agora é aproveitar o que já existe, aumentar a produtividade e fazer isso de forma sustentável”, afirmou Diógenes Fernando.

Fernando Martinho. Foto: Divulgação/Repórter do Brasil

Para o especialista, o segredo está está na intensificação produtiva, com investimento em tecnologia, genética, manejo e nutrição para aumentar a produção em menos espaço.

Com o mercado em expansão, a pecuária deve seguir como um dos principais motores da economia roraimense nos próximos anos, segundo o especialista. A meta dos produtores é manter o ritmo de crescimento.

Em Iracema, por exemplo, a fazenda de Chrystiano projeta chegar a 6 mil vacas até 2026. “A gente procura dobrar o número de vacas. Toda propriedade que pensa em crescer tem que ter a sua própria recria, sem depender de compras externas. A nossa meta aqui é chegar nesse número até o ano que vem”, disse.

Evento discute futuro da pecuária

O crescimento da pecuária será discutido no Roraima Beef Summit 2025, que acontece no dia 21 de outubro. O evento vai reunir produtores, especialistas e pesquisadores para debater inovação, manejo e oportunidades de mercado.

Toda a renda do evento será doada ao Hospital de Amor, destinado ao tratamento de pacientes com câncer no estado, O evento também arrecada alimentos para o Programa Mesa Brasil, do Sesc, que distribui doações a famílias em situação de vulnerabilidade.

*Por Naamã Mourão, da Rede Amazônica RR

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