Polo Industrial de Manaus fatura mais, mas geração de vagas ainda é deficitária

A alta de 9,41% no faturamento do Polo Industrial de Manaus (PIM) em 2017, resultou em mais de R$ 81 bilhões comparados a receita de 2016. Apesar dos bons números, estes ainda não se refletem em novos postos de trabalho, mas resultam da reversão das expectativas de baixo crescimento, declínio das taxas de juros e câmbio relativamente estável, que possibilitaram mais investimentos no setor. Para representantes do setor, a recuperação da economia também motivou mais arrecadação.

Para o superintendente da Suframa, Appio Tolentino, o crescimento do faturamento de 2017 em relação à 2016 aponta para o fim do período de recessão pelo qual passaram as indústrias do PIM e sinaliza também uma melhora no cenário conjuntural brasileiro, com um ambiente de retomada de investimentos e de consumo.

“Ao mesmo passo que o PIM é fortemente afetado por cada oscilação negativa da economia do Brasil como um todo, esperamos também que nosso parque fabril seja contagiado com a recuperação econômica nacional e apresente resultados mais significativos e consolidados de crescimento”, disse Tolentino.

Os setores que apresentaram crescimento, em moeda nacional, na comparação entre 2017 e 2016 foram: Eletroeletrônico (21,62% em moeda nacional e 30,18% em dólar); Bens de Informática do Polo Eletroeletrônico (19,07% e 26,53%); Relojoeiro (0,19% e 6,81%); Duas Rodas (3,17 %; 10,42%); Termoplástico (6,68% e 14,03%); Bebidas (33,25% e 40,70%); Metalúrgico (10,44% e 17,69%); Mecânico (31,81% e 38,54%); Madeireiro (4,94%; 14,77%); Papel e Papelão (38,56% e 47,98%); Vestuários e Calçados (12,39% e 20,89%); Editorial e Gráfico (13,93% e 21,28%); Têxtil (49,06% e 59,94%); e Isqueiros, canetas e barbeadores descartáveis (0,16% e 6,26%).

Com R$ 23,7 bilhões (US$ 7.43 bilhões) faturados no ano, o polo Eletroeletrônico foi o maior responsável pelo resultado global de faturamento do PIM, respondendo por 29,02% do total. Em seguida estão os segmentos de Bens de Informática, com participação de 20,34%; Duas Rodas, com 13,30%; e Químico, com 12,06%.

Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antonio Silva, o crescimento no faturamento do setor de eletroeletrônico trata-se de um progresso sazonal e não contínuo, por contas da chegada do inicio dos jogos da Copa do Mundo na Rússia, que permitirá o aumento da procura de televisores ocasionando o aumento da produção.

“Esse crescimento e faturamento são sazonais, os jogos da Copa do Mundo farão com que muitas pessoas comprem televisores e isso fará com que as empresas produzam mais e aumentem a procura por mão-de-obra temporária. Ainda, não se trata de um crescimento constante”, explicou. 

Foto: Walter Mendes / Jornal do Commercio

Um dos segmentos que registrou alta no faturamento foi o setor de bebidas com um crescimento de 33,25%. Segundo Antonio Silva, isso deve ao fato do número de exportações dos concentrados de bebidas não alcoólicas. “A elevação do faturamento do segmento de bebidas também tratou-se de uma sazonalidade do mercado. Com o aumento das exportações os concentrados proporcionaram uma grande alavancada, o que também ajudou a contribuir no crescimento do faturamento”, ressaltou.

Segundo o economista, Emerson Queiroz, a reversão nos indicadores da indústria do país também alcançou as indústrias do PIM, e os resultados podem ser considerados modestos, levando em consideração os baixos resultados dos anos de 2015 e 2016.

“O mercado apostou numa melhora em 2017. E isso aconteceu. Os juros e a inflação caíram e o câmbio estabilizou. Essa foi a reversão das expectativas ruins dos ano anteriores. Mesmo levando em consideração os pífios resultados dos anos anteriores, esses números ainda são modestos”, disse.

Por outro lado, Queiroz destacou que apesar do pouco crescimento nos faturamentos, os números trazem uma boa expectativa para 2018, com previsões de investimentos, mais produção das indústrias e consequentemente, mais empregos no segundo semestre.

“O mais importante com estes resultados é que a expectativa de crescimento para o ano de 2018 deve seguir em alta. O setor industrial deve aumentar os investimentos, o que deve refletir nos setores do comércio e do serviços”, ressaltou. 

Foto: Walter Mendes / Jornal do Commercio

Produtos

Entre os produtos que apresentaram aumento relevante de produção em 2017 em relação ao ano anterior, destacam-se: monitor com tela LCD para uso em informática (131,21%); aparelho GPS (102,63%); home theater (97,48%); unidade condensadora para split system (62,10%); condicionador de ar split system (45,08%); e forno micro-ondas (43,18%).

Em termos de volume de faturamento apresentado, os dez principais produtos fabricados pelo PIM em 2017 foram:

– televisor com tela de cristal líquido (R$ 15,3 bilhões e US$ 4.8 bilhões);
– telefone celular (R$ 8,7 bilhões e US$ 2.7 bilhões);
– motocicleta, motoneta e ciclomotores (R$ 8,4 bilhões e US$ 2.6 bilhões);
– condicionador de ar do tipo split system (R$ 3,8 bilhões e US$ 1.2 bilhão);
– placa de circuito montada para uso em informática (R$ 1,7 bilhão e US$ 540.8 milhões);
– relógio de pulso e de bolso (R$ 1,26 bilhão e US$ 394.6 milhões);
– forno micro-ondas (R$ 1,24 bilhão e US$ 388.6 milhões); receptor de sinal de televisão (R$ 1,05 bilhão e US$ 330.3 milhões);
– autorrádio e aparelhos reprodutores de áudio (R$ 734.5 milhões e US$ 230.2 milhões);
– e bicicletas, inclusive elétrica (R$ 533,4 milhões e US$ 166.8 milhões).

De acordo com o economista, Marcus Evangelista, alguns segmentos como o de televisores, telefones celulares, receptores de sinal digital, tiveram aquecimento na produção e nas vendas, em função das festas de fim do ano. “Devido às compras de fim de ano, muitas lojas fizeram o pedido dos produtos, com isso a produção, muito em função do período de presentes da época natalina”, disse.

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