Pará se destaca no cenário agropecuário nacional em 2025

Boletim Agropecuário Paraense 2025 consolida protagonismo do estado no cenário nacional do setor.

Boletim Agropecuário Paraense 2025 consolida protagonismo do estado no cenário nacional do setor. Foto: Divulgação/Fapespa

Segundo maior produtor de bovinos do Brasil, o estado do Pará encerra o ano de 2025 reafirmando o protagonismo no setor agropecuário nacional. Com avanços significativos na pecuária bovina e bubalina, na aquicultura, na produção agrícola e nas exportações, o estado nortista manteve resultados expressivos no Boletim Agropecuário Paraense 2025.

O documento, lançado no último dia 18 de dezembro pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), confirma o fortalecimento do campo como um dos principais vetores da economia paraense. Os dados consolidaram o Pará como o segundo maior produtor de bovinos do país, com um rebanho de 25,6 milhões de cabeças em 2024, o equivalente a 10,7% do total nacional.

Em um cenário de retração geral no Brasil, o Pará registrou crescimento de 2,1%, impulsionado pela expansão da fronteira pecuária e a presença de grandes polos produtivos. Na criação de búfalos, o estado manteve a liderança nacional, concentrando 42,9% do rebanho brasileiro, com 775,1 mil cabeças, majoritariamente localizadas no arquipélago do Marajó. O município de Chaves se destacou como maior produtor do país.

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O setor aquícola também apresentou crescimento expressivo. A produção triplicou entre 2013 e 2024, atingindo 16,7 mil toneladas. O Pará manteve um ritmo de crescimento acima da média nacional, com destaque para o cultivo do tambaqui, responsável por cerca de 60% da produção estadual.

Agricultura diversificada e em expansão

Mesmo com apenas 1% da área agricultável do país, a agricultura paraense gerou R$ 35,9 bilhões em valor de produção em 2024, um crescimento médio de 8% ao ano desde 2000. Com isso, o estado saltou da 17ª para a 8ª posição no ranking nacional de valor da produção agrícola, aumentando sua participação de 2,4% para 4,6%.

Na lavoura permanente, o valor total chegou a R$ 20,6 bilhões em 2024, um aumento de 39,7% em relação ao ano anterior. Cinco culturas responderam por aproximadamente 95% do valor total: cacau (37,4%), açaí (36,1%), dendê (10,8%), pimenta-do-reino (6,1%) e banana (5,2%). Os destaques foram o salto do cacau, com crescimento de 259,3%, e da pimenta-do-reino, com 147,4% de aumento em valor.

Já a lavoura temporária somou R$ 15,3 bilhões, com leve retração de -2,9%. A soja liderou com R$ 7,2 bilhões (47,7%), seguida pela mandioca, com R$ 4,7 bilhões (30,3%). Houve queda expressiva no valor do milho, de -25,9%. A produção está concentrada: 10 municípios respondem por mais da metade do valor da lavoura temporária, com Paragominas na liderança, representando 11,9% do total.

Leia também: Pará teve melhor desempenho com exportações do agro na Região Norte

Ranking dos municípios com produção efetiva

Quatro municípios paraenses estão entre os dez maiores produtores de bovinos do Brasil: São Félix do Xingu, Marabá, Novo Repartimento e Altamira. São Félix do Xingu lidera o ranking nacional, com 2,5 milhões de cabeças (1,1% do rebanho brasileiro). Altamira e o próprio São Félix apresentaram crescimento em 2024, enquanto Marabá e Novo Repartimento registraram leve retração.

Ao todo, dez municípios concentram 41,1% do rebanho bovino estadual, com destaque para São Félix do Xingu (9,9%), Marabá (5,1%) e Novo Repartimento (4,9%). Outros municípios como Cumaru do Norte (2,9%), Santana do Araguaia (2,6%) e Altamira (1,3%) também apresentaram crescimento expressivo.

O conjunto dos demais municípios, que representam 58,9% do efetivo estadual, teve crescimento de 3,3%, desempenho superior ao dos municípios ranqueados e principal responsável pelo aumento total do rebanho paraense.

A evolução histórica do rebanho bovino em São Félix do Xingu revela um avanço notável a partir dos anos 2000, com um crescimento exponencial da atividade. O município ultrapassou Corumbá (MS) e se consolidou como o maior produtor de bovinos do país.

Criação animal

A diversidade da pecuária paraense também se reflete em outras criações. Em 2024:

  • São Félix do Xingu liderou o rebanho equino (29,5 mil cabeças) e ovino (18 mil cabeças);
  • Cametá se destacou na suinocultura, com 31,5 mil cabeças;
  • Chaves liderou na criação de caprinos, com 4,8 mil cabeças;
  • Santa Izabel do Pará concentrou a maior produção de galináceos, com 7,6 milhões de aves.

O boletim aponta que a agropecuária ocupa 18,4% do território paraense, majoritariamente com áreas de pastagens. Cerca de 70% dessas áreas foram desmatadas antes de 2008, o que reforça o papel da intensificação produtiva e da recuperação de áreas já abertas como estratégias para o desenvolvimento sustentável.

Em 2024, o Pará exportou 160,5 mil toneladas de carnes, um aumento de 51,1% em relação a 2023. O pescado também se manteve como item relevante da pauta exportadora, com o estado ampliando sua participação nas exportações brasileiras nos últimos anos.

Empregos no setor

No cenário nacional, o setor agropecuário manteve-se com mais de 8 milhões de trabalhadores. No Pará, o número de ocupados chegou a cerca de 500 mil pessoas em 2024, após pico superior a 700 mil em 2021. O estudo destaca que o emprego rural apresenta variações sazonais e conjunturais, afetadas por fatores econômicos, climáticos e mercadológicos.

Entre 2002 e 2022, o Valor Adicionado Bruto (VAB) da agropecuária no Produto Interno Bruto (PIB) do Pará apresentou crescimento expressivo, com aceleração a partir de 2019 e pico histórico em 2021. Esse desempenho superou a média nacional e reflete ganhos de produtividade, expansão das atividades e diversificação da base produtiva agropecuária no estado.

Boletim Agropecuário Paraense

Boletim agropecuário
Boletim Agropecuário está disponível no site da Fapespa. Foto: Divulgação

Produzido pela Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural (Diepsac), o Boletim Agropecuário Paraense 2025 utiliza bases de dados oficiais como IBGE (PPM, PAM, PEVS), PNAD Contínua, RAIS, Banco Central, COMEX STAT, entre outras.

“O estudo mostra claramente o grande potencial do setor agropecuário do Pará, que vem avançando com base na ciência, tecnologia e inovação, promovendo aumento da produtividade, valorização dos produtos e sustentabilidade. Esse desempenho é resultado de um esforço coletivo e de políticas públicas estaduais, fomentadas pela Fapespa”, diz Marcel Botelho, presidente da Fapespa.

A última atualização do Boletim revela que o setor agropecuário tem desempenhado um papel estratégico na consolidação do desenvolvimento econômico do Pará, sendo um dos principais vetores de geração de renda, emprego e sustentabilidade regional. A diversidade de biomas, a vasta disponibilidade de recursos hídricos e a extensão territorial conferem ao estado condições favoráveis para a expansão de atividades como a pecuária, a agricultura familiar e o cultivo de grãos, além do fortalecimento de cadeias produtivas como as do cacau, açaí e dendê.

O boletim completo está disponível AQUI.

*Com informações da Fapespa

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