Manejo de bacurizal em Abaetetuba, no Pará, melhora renda de mulheres quilombolas

O objetivo imediato é, por meio de atividades coletivas de instalação e manutenção, observar e empreender tecnologicamente sobre três unidades demonstrativas.

Desde fim de junho, pelo menos 30 mulheres quilombolas de Abaetetuba, no Baixo Tocantins, estão sendo orientadas pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) a manejar árvores nativas de bacuri, com o intuito de aumentar a produtividade e criar uma rede de comercialização, além da colheita para a subsistência.

O Projeto Putirum (em tupi, algo como “mutirão”) é uma iniciativa da Associação de Mulheres Quilombolas Agroextrativistas do Ramal do Bacuri (Raízes do Bacuri), com recursos da organização-não governamental (ONG) Cáritas Brasileira, o apoio do governo do Estado, e da Federação dos Órgãos para Assistência Social e Educação (Fase).

O objetivo imediato é, por meio de atividades coletivas de instalação e manutenção, observar e empreender tecnologicamente sobre três unidades demonstrativas (uds), cada uma com 2 mil e 500 m².

Sem as intervenções científicas devidas, como espaçamento, o bacuri dos territórios Cataiandeua e Ramal do Bacuri, no adentramento da rodovia PA-151, atualmente, não chega a atingir nem 1% do potencial de frutificação, conforme estimativa de especialistas da Emater. Ainda no apontamento da Instituição, a polpa é uma das mais caras do mercado regional de espécies amazônicas, o que repercute em margem significativa de lucro, na venda direta.

Uma das ameaças para a cadeia produtiva é o desmatamento, haja vista a madeira do bacurizeiro ser considerada nobre, com uso tradicional na construção de pequenas embarcações.

A agricultora vive sozinha com a filha, Maitê, de 8 anos. A família trabalha com açaí, cupuaçu, limão e mandioca. Poucos bacurizeiros são produtivos na propriedade. A colheita acaba destinando-se apenas ao próprio consumo.

Para o engenheiro agrônomo da Emater Flávio Ikeda, o manejo transforma a realidade: “A incidência na natureza, as plantas por acaso, por obra do ‘cara lá de cima’, é de muita proximidade, de cerca de meio metro entre cada uma. Quando espaçamos para 10 metros, e plantamos espécies de retorno rápido no caminho, tais quais abacaxi, o processo alavanca a produtividade”, explica.

O Projeto

O Projeto Putirum também é voltado ao plantio e beneficiamento de mandioca. Duas Unidades de Demonstração são implantadas pela Emater, a partir de duas estratégias desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa): Jardim de Reciclagem e Plantio Direto Agroecológico.

*Com informações da Agência Pará

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