Manaus se manteve na posição de 6° município com a maior geração de riquezas no país em 2014, ao atingir R$ 67,57 bilhões, aponta o estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quarta-feira (14). Em 2013, as riquezas da capital do Amazonas chegaram a R$ 64,02 bilhões e no ano seguinte houve um aumento de R$ 3,55 bilhões. O resultado coloca a cidade entre os 100 municípios com o maior Produto Interno Bruto (PIB) do país. De acordo com os dados, o PIB representa 78% das riquezas do Estado e 21,93% da região Norte.
Com participação relativa de 1,4% no PIB do Brasil, o Amazonas caiu 0,1% em 2014 comparado a 2013, quando a participação do Estado era de 1,5%. “A queda já aponta indícios do início da crise econômica e política brasileira que atingiu todos os setores”, avalia o economista do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM), Marcus Evangelista.
A pesquisa do IBGE revelou ainda que o Amazonas foi a unidade federativa mais dependente de sua capital, uma vez que Manaus contribuiu 78% para o PIB do Estado. Em 2010, o PIB da capital amazonense representava 82,4% das riquezas. Esse número caiu para 78,5% em 2011, para 76,9% em 2012 e se manteve em 76,9% no ano seguinte, voltando a subir em 2014.
“O Amazonas tem a característica do chamado Polo Industrial de Manaus (PIM), onde Manaus concentra essa produção industrial e é por isso que é responsável por quase todo o PIB do Estado”, explica Evangelista. Segundo ele, para tirar o Amazonas da dependência do polo industrial é preciso investir em outras potencialidades econômicas da região. “Temos potencial turístico, principalmente para aventura. Também tem mineral com jazidas e na parte de produção de adubo químico. Além disso, o polo naval e a biodiversidade são fortes no Estado. Mas para isso, é preciso fomento por parte do governo para desenvolvê-los a médio e longo prazo”, frisou o economista.
Conforme os dados, os Estados do Amazonas, Amapá e Roraima, onde os cinco maiores PIBs municipais geravam 86,0%, 88,7% e 86,8% de seus PIBs estaduais, respectivamente, apresentaram as maiores concentrações espaciais de renda do país. No entanto, desde 2010 vem tendo uma diminuição dessa concentração quando registrou 89,1%, 87,1% em 2011 e 86,8% em 2012 e 2013.
Entre os municípios brasileiros, os com as maiores participações foram São Paulo (10,9%), Rio de Janeiro (5,2%), Brasília (3,4%), Belo Horizonte e Curitiba (1,5%) e Curitiba (1,4%). Nesse ano, o PIB de Manaus representou 1,2% de participação do PIB nacional.
Municípios
No Amazonas, a economia se mantém entre os municípios de Manaus, Coari, Itacoatiara, Manacapuru e Parintins. Manaus ocupa o primeiro lugar com as atividades do PIM e Coari segue depois, destacando-se com sua atividade econômica centrada na exploração de petróleo e gás com R$ 3,10 mil no produto interno bruto a preços correntes. Já Itacoatiara ficou com a terceira posição com R$ 1, 50 mil e sua indústria de transporte aquaviário pela hidrovia do rio Madeira. Manacapuru e Parintins também aparecem na lista com R$1,30 mil e R$1,02 mil, respectivamente.
Em 2014, no setor agropecuário o município de Manacapuru apresentou uma importante participação a nível nacional com valor agregado bruto de R$ 646 milhões e 0,3% das participações do valor total do país. O município amazonense é o grande produtor de mandioca e se destacou por ter acentuados acréscimos no valor de produções frutícolas. Já em Parintins, a indústria de turismo e serviços garantem o bom resultado do município.
Ainda segundo o IBGE, Coari e Itacoatiara ocupam a 14ª e 26ª posição, respectivamente, no ranking dos 30 municípios da região Norte com os maiores PIBs. Seus PIBs são R$ 3,1 bilhões e R$ 1,51 bilhão, o que representa 1,01% e 0,49% do PIB da região Norte.
Atividades
O Amazonas foi o que apresentou a maior concentração da indústria. Em 2014, Manaus gerou 1,8% do valor adicionado bruto da indústria nacional, caindo em comparação ao ano de 2013 (1,9%) e de 2010 (2,2%). Em relação aos serviços, a capital amazonense gerou em 2014, R$ 24,2 bilhões ou 0,9% do valor adicionado bruto para esse setor. O resultado coloca Manaus no 11º lugar no ranking das capitais, 15º lugar no ranking dos municípios brasileiros e em 1º lugar entre as capitais da região Norte.
Dos 62 municípios do Estado, 82,3% apresentam o setor da administração, saúde, educação pública e seguridade social contribuindo em 2014 com mais de 1/3 do PIB. Em Manaus, o setor contribuiu com 10,7% no PIB, um aumento em comparação com 2010 (9,0%) e 2013 (10,1%). Com isso, a capital fica na 6ª posição ao lado de São Luís no ranking das capitais em que esse setor menos contribuiu para o PIB do município.