A conquista foi celebrada entre os executivos da empresa enaltecendo a importância de continuidade da ZFM, em meio à Reforma Tributária prevista pelo governo
A Moto Honda da Amazônia anunciou, nesta quinta-feira (12), o marco de 25 milhões de motocicletas produzidas no Polo Industrial de Manaus (PIM). O número a deixa como primeira fábrica de veículos no país a alcançar esse patamar. Na comemoração, aconteceu a apresentação da recém-lançada CG 160 Titan, além da participação de diretores da empresa, políticos, concessionários e da imprensa.
Na cerimônia, o presidente da Honda South America, Issao Mizoguchi, ressaltou as conquistas que a empresa teve ao longo dos 44 anos em que está instalada no PIM, e comemorou a expansão da planta interna como resultado de um investimento de R$ 500 milhões, anunciado no ano passado.
“Nossa filosofia é melhorar a vida das pessoas por meio de nossos produtos e serviço, e nossa conquista no Brasil mostra isso. São 25 milhões de motos, 2 milhões de automóveis, mais de 728 mil produtos de força e os HondaJet. Desde 1976, quando iniciamos aqui com a produção da CG, buscamos superar os obstáculos e promovemos a qualificação de recursos humanos entre o Japão e O Brasil”, conta.
A empresa produz mais de 1,1 milhão de motocicletas por ano, e é líder do setor, com 80% do mercado. Em Manaus, são produzidas 4.500 motos por mês, que dá, em média, uma moto a cada 20 segundos, são 24 modelos que variam de 110 a 1000 cilindradas.
Modelo de Desenvolvimento Sustentável
Um dos compromissos sustentáveis da Honda Amazônia é com proteção da floresta. Em Rio Preto da Eva (cerca de 70 quilômetros de Manaus), a empresa tem um Campos de Provas onde são feitos os testes de condições de uso das motocicletas. A área é de 10 milhões de m² e só um pequeno trecho é usado, para os teste, os restante é uma área de preservação da empresa.
Outra preocupação ambiental da Honda é o reaproveitamento de resíduos e reciclagem, na fábrica de cilindros, a Spin Casting, que substituiu o uso do ferro gusa, pela sucata metálica gerada em outro setor da fábrica, permitindo uma redução de 430 toneladas de resíduos de sucata por ano, além de eliminar em 100% a compra do ferro gusa.
Há também a Estação de Tratamento de Efluentes, considerada a mais moderna da América do Sul, que trata os dejetos físicos, químicos e biológicos, além da água. E seguindo as exigências governamentais, a empresa se prepara para implantação da 5ª fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos similares (Promot) que prevê a busca de redução de emissões de poluentes por motocicletas, que atualmente emitem de 3 a 9 vezes mais poluentes do que um automóvel, até 2025.
Reforma Tributária
Segundo Issao, há um expectativa quando à reforma tributária e a empresa acredita no debate qualificado entre os deputados, senadores e governo, que manterá a Zona Franca de Manaus com seus incentivos.
“Estamos conseguindo entregar a nossos clientes no Brasil inteiro, um produto com preço mais acessível do que se não tivesse o modelo Zona Franca de Manaus, então, concretiza termos o orgulho de estar aqui e queremos continuar e sem o modelo não teríamos chego a essa marca”, pondera.
Ainda para o presidente da Honda, investimentos estão sendo feitos na empresa e manter o Modelo Zona Franca é manter a floresta em pé.
“Nas últimas quatro décadas foram feitos mais de UR$ 2 bilhões em investimentos e queremos continuar aqui, gerando emprego, e elevando nossa competitividade. Com isso, traremos melhorias no desempenho ambiental, pois hoje temos 7 mil colaboradores, e cada emprego gerado inibe a exploração predatória da floresta”.
Issao Mizoguchi, presidente da Honda South America.
Entre os senadores presentes na cerimônia, Eduardo Braga (MDB) e Omar Azis (PSD) ambos pelo Amazonas, e que ponderaram sobre a defesa da Zona Franca diante da Reforma Tributária proposta pelo governo federal.
“O Amazonas não é a favor de a Reforma Tributária como se está proposto. Existe uma perda de competitividade e não podemos permitir mudança em nosso modelo econômico”, ressaltou Omar.
“O Amazonense reconhece o carinho e respeito que a Honda tem com todos. Inovação e Tecnologia é uma marca da empresa e ela sempre investiu nisso. O Brasil precisa de uma Reforma Tributária, mas essa Reforma não pode acabar com os modelos de desenvolvimento regional, que diminuem desigualdades entre um Brasil rico e um que precisa gerar emprego e renda, e ao mesmo tempo no caso da ZFM, tem a questão da conservação da Floresta”, pontua Eduardo.
O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também ressaltou o apoio ao Modelo ZFM, e destaca os esforços que tem tido no diálogo de defender a Amazônia.
“As vezes a Zona Franca é atacada injustamente por outros locais do país, mas eles não têm noção do que isto representa para o Brasil. Presido o Senado e sei das dificuldades e carências de infraestrutura e quero publicamente reassumir meu compromisso com o modelo da Zona Franca de Manaus e áreas de livre comércio do país. Valorizarmos as pessoas que vieram pra cá, acreditam no modelo e protegeram a floresta”, pontuou.
O governador do Amazonas Wilson Lima (PSC), também foi enfático em defesa do modelo que manteve a floresta em pé até hoje. “Temos 97% da floresta intacta, e a Honda diante de toda crise continua com suas atividades, apesar dos efeitos econômicos. Tenho pedido ao governo para o modelo continue e mesmo muita gente questionando-o, fizemos um levantamento do quando a ZFM contribuiu em impostos para o governo federal nos últimos 25 anos e chegamos a R$ 162 bi, e só recebemos de volta, R$ 42 bi, temos um sido grande aí”, disse Wilson, complementando que não abre mão do modelo.
“Não abrimos mão dos incentivos da ZFM. Hoje, 82% das nossas operações econômicas do Amazonas giram em torno da Zona Franca, e contamos com o apoio do senado e deputados nesse sentido”, pondera o governador.
Corona Vírus
Declarado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), na última quarta-feira (11), como pandemia do novo coronavírus (Covid-19), várias cidades já suspenderam aulas, trabalho e outras formas de ajuntamentos que possibilitem contágio em massa. A China está prejudicada com as exportações que caíram nos dois primeiros meses do ano, e são mais de 4 mil mortes e 80 mil infectados pelo coronavírus.
Quase todas as componentes usados na produção das motocicletas da Honda são nacionais, mas ainda há uma dependência da China, no entanto, os diretores da empresa estudam possibilidades para continuar produzindo caso haja um surto da doença na região.
“Obviamente, uma pequena parte dos componentes são importados da China e temos monitorado isso. Estive conversando com a diretoria de Manaus sobre várias possibilidades, como de faltar componentes, que por enquanto está sob controle, e outra possiblidade o mercado parar, então para o bem estar dos colaboradores e de saúde pública, eu já pedi para estudarem todas as alternativas possíveis, para que quando houver algum problema aqui estarmos preparados, mas não temos nada definido ainda”, pondera Issao.