Fórum aponta saídas para o setor industrial do Amazonas

A conclusão das obras de reparo da BR-319 foi novamente questionada durante o Fórum de Logística Industrial, evento realizado na tarde de ontem (7) e que contou com a participação de empresários representantes dos sistemas de transporte rodoviário, rodo fluvial, aéreo e aquaviário, do Estado. A necessidade de novas alternativas para o escoamento dos produtos, como a viabilização da BR-163 e a tão sonhada BR-319; e a regularidade no fluxo de cargas a serem transportadas pelas empresas foram apontadas como as saídas para a continuidade das atividades das transportadoras da capital.
    

Foto: Divulgação / Jornal do Commercio

A dificuldade enfrentada pelo setor de transportes rodoviário, no Estado, que sofre em decorrência da irregularidade o volume de cargas que saem de Manaus em direção à região Sul e Sudeste do país foi destacada pelo representante da empresa Transportes Bertolini Ltda, Fábio Gobeth. 

Ele relata que durante oito meses do ano a carga fica retida nos navios em rota fluvial, período em que as carretas ficam disponíveis.
Porém, na proximidade do final do ano, durante quatro meses as empresas sofrem com a demanda mais elevada e dificuldade para atender às empresas, que necessitam de maior quantidade de veículos para atender ao transporte. Gobeth afirma que essa inconstância produtiva tem resultado no fechamento de inúmeras transportadoras.
   “No sentido Sul/Norte, chegando a Manaus, temos volume regular durante todo o ano, com mínima variação por se tratar de itens de consumo. Ao sair de Manaus esse volume é regular. Durante quatro meses por ano faltam carretas, enquanto em oito meses falta carga e isso é um problema extremo aos transportadores e o principal motivo do fechamento de empresas. Carga fracionada com preço mais alto e operação mais complexa; pouca carga fracionada no centro de Manaus. Resultados: Transportadores rodoviários com dificuldades financeiras, abertura de novas rotas em outras regiões, desmobilização de frota de/para Manaus”, expressou.
   

BR 319  (Foto: Raisa Arruda / Rede Amazônica)

O empresário explica que a alternativa para a redução no tempo do transporte e maior fluxo das cargas seria a utilização da BR-319, que segundo ele, em comparação a Belém, apresentaria uma redução de três dias no tempo de viagem.

“Uma realidade mais próxima seria a utilização da BR-163 que passa por Santarém (PA), onde teríamos a redução de um dia e meio de viagem. Parte das balsas passa por Santarém, porém, é necessário que a BR esteja funcionando adequadamente porque hoje é uma rodovia que está com capacidade reduzida em decorrência do elevado volume de cargas transportadas pela rodovia, que são os grãos”, disse Gobeth.
O engenheiro do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Agnelo Rodrigues, informou que o entrave nos trabalhos pertinentes à BR-319 são justificados pela reprovação, por parte dos órgãos ambientais, do Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima).  

Ele disse que os questionamentos levantados pelos representantes durante o encontro serão encaminhados aos representantes do Dnit e aos órgãos pertinentes.   “Existe uma questão que envolve o quesito ambiental. A BR-319 vem ao longo de quase 14 anos dependendo da liberação do EIA/Rima. Há implicação na questão da manutenção. Porém, o Dnit espera por uma determinação. É preciso ter vontade política para que isso seja resolvido”, ressaltou.
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