Estudo aponta que produção de carne bovina pode chegar a 120 mil toneladas no Acre em 2024

Apesar das boas expectativas, o estudo também ressalta que o setor ainda enfrenta dificuldades que devem ser combatidas por meio da profissionalização das indústrias.

Um estudo produzido pelo Fórum Empresarial do Acre e a Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária no Acre (Fundape) aponta que a produção de carne bovina pode chegar a 120 mil toneladas em 2024, o que representaria um aumento de pouco mais de 4% em relação a 2023, quando o abate de bovinos ultrapassou 115 mil toneladas no estado.

O Boletim Econômico também afirma que o rebanho bovino pode terminar o ano com 5 milhões de animais no Acre. O boletim cita que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rebanho do Acre era de 4,6 milhões em 2022.

“Esse cenário positivo é resultado das expectativas criadas em torno de novos mercados internacionais, possibilitando o crescimento da demanda internacional, além do crescimento do mercado interno por carne bovina”, 

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Foto: Neto Lucena/Secom AC

Apesar das boas expectativas, o estudo também ressalta que o setor ainda enfrenta dificuldades que devem ser combatidas por meio da profissionalização das indústrias.

O boletim relembra gargalos como custos dos fretes, a necessidade de investimentos em tecnologias agropecuárias para maximizar a eficiência no uso de insumos e automatizar processos, além de maior atenção às regras de sustentabilidade ambiental e cuidados com eventos climáticos extremos, como a possibilidade de grande seca e os seus efeitos negativos sobre a degradação das pastagens e engorda dos animais.

Uso do território 

Conforme dados disponibilizados pelo braço internacional do MapBiomas Amazônia, o Acre tem mais de 2,37 milhões de hectares ocupados por área de pastagem para pecuária, o que representa 14,5% do território total.

Em 1985, essa ocupação era de 438.426 mil hectares, o que equivalia a 2,67% do território. Portanto, é possível verificar que o uso do território para essa atividade cresceu mais de 442% em 37 anos.

O boletim destaca que entre 1985 e 2022 o rebanho bovino acreano cresceu 1.227%. Esses dois recortes, segundo a análise, mostram que apesar das dificuldades de infraestrutura a pecuária acreana tem resultados acima da média nacional.

“[…] mesmo com a predominância de unidades produtoras com baixo nível tecnológico, a produtividade da pecuária acreana evoluiu 146% nesse período, e que a taxa de lotação do Acre está acima da média do Brasil, sendo uma das maiores da região Norte”, afirma.

Investimentos 

Para manter as boas expectativas e combater as dificuldades existentes, o boletim aponta uma série de medidas que devem ser implementadas como forma de apoio aos produtores.

O investimento deve ser, especialmente, em tecnologia para pequenos e médios produtores, contribuindo para melhoria da produtividade. As medidas também devem visar a sustentabilidade ambiental.

“Assim, em um curto espaço de tempo, o Acre atingiria uma produtividade média acima de dois animais por hectare, sem necessitar expandir as áreas de pastagens. Isso sim, poderia ser a maior política de sustentabilidade apresentada pelo Estado do Acre”.

Maioria dos cortes teve aumento em março

Lista de compras, carrinho, e… calculadora. Assim costuma ser a rotina dos rio-branquenses na ida às compras básicas do dia a dia. E de acordo com um estudo do Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Economia da Universidade Federal do Acre (Ufac), os cálculos tiveram resultados um pouco menos satisfatórios no que diz respeito à carne na capital acreana.

Isso porque 7 dos 12 cortes pesquisados tiveram aumento na capital acreana no período entre 8 e 12 de março. O levantamento monitorou os preços de 55 estabelecimentos comerciais de Rio Branco, e também mostrou que os cortes nobres, como picanha e filé, que são mais caros, figuram entre os que tiveram redução na comparação com o mesmo período no mês anterior.

Marcos Vinicius de Oliveira, um dos bolsistas do programa e que participou do estudo, ressalta que o objetivo é ajudar o público a encontrar alternativas para economizar nas compras. Oliveira explica que o estudo é mensal, e que vai continuar ao longo de 2024.

“O estudo surge da vontade de mostrar à população que havia diferenciação entre o valor do preço da carne em supermercados e em açougues. Com isso, de certa forma, pretendemos ajudar para que haja uma economia da população. A pesquisa é realizada mensalmente, na segunda semana do mês, em 50 estabelecimentos, sendo que 3 desses são os principais supermercados da cidade e os outros 47 são açougues”, explica.

Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Conforme o estudo, o preço mais baixo identificado nos estabelecimentos foi de R$ 3,99 cobrado em dois comércios para 1 kg de fígado. Já o preço mais alto encontrado no período foi de R$ 78,99 por 1 kg de picanha, também em dois estabelecimentos.

Pela média de preços, o estudo também mostrou que os preços são menores em açougues na comparação com supermercados. A maioria dos índices que o estudo encontrou foi menor em estabelecimentos especializados no comércio de carne.

“Nesse mês, nós tivemos queda em dois cortes de carne, e aumento nos outros, que são de maior consumo da população em geral. Nos meses que realizamos a pesquisa ainda não conseguimos tirar conclusões-chave de como o preço da carne varia, e quais fatores são motivadores dessa questão. No mais, nossa pesquisa, por enquanto, busca apenas mostrar se há ou não variação e qual o valor, sendo necessário que ela amadureça por mais meses para que possamos observar e analisar fatores”, acrescenta.

*Por Victor Lebre, do g1 Acre

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