A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) realizou, entre os dias 29 e 31 de maio, a aplicação do diagnóstico socioeconômico em 56 manejadores de pirarucu das comunidades São Francisco da Mangueira, Catiti e Santa Luzia do Jussara, localizada no município de Juruá (AM). Todos serão beneficiados pelo projeto “Sistema de rastreabilidade: inovação e inteligência de mercado na cadeia produtiva do pirarucu da RDS Mamirauá”.
Com a aplicação do diagnóstico será possível avaliar dados socioeconômicos para compreender o cenário atual das comunidades envolvidas, projetando as estratégias e os reais impactos positivos resultantes do projeto, conforme explica Wildney Mourão, gerente do Programa de Empreendedorismo e Negócios Sustentáveis da Amazônia (Pensa) da FAS.
“Com dados em mãos, a FAS avança na implementação da tecnologia de rastreabilidade do pescado, desde a origem até o destino final. Isso traz importantes benefícios, como reconhecimento e valorização econômica para as famílias, geração de ocupação e empregos diretos e indiretos, comércio inteligente e repartição justa dos benefícios econômicos da cadeia produtiva”, afirma Mourão.
O projeto de rastreabilidade recebeu recursos da Positivo Tecnologia, por meio do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), uma política pública da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), coordenada pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam). O objetivo é aprimorar, em 18 meses, o manejo do pescado na região em quatro vertentes: fortalecimento da infraestrutura produtiva, avanço tecnológico do território, fomento da economia local e inovação e inteligência comercial.
“Atuamos na região com o compromisso de sermos parceiros pela preservação ambiental e valorização do ecossistema e a parceria com instituições respeitadas e que tenham sinergia com essa atuação é fundamental. O trabalho da FAS é reconhecido nacionalmente pela seriedade em prol do meio ambiente. O manejo do pirarucu é parte relevante no desenvolvimento de uma grande comunidade local, que gera fonte de renda aos trabalhadores ribeirinhos. Por ser um trabalho de ganho socioambiental, que fortalece a bioeconomia e a geração de renda de base comunitária, vemos uma grande oportunidade para apoiar e ajudar a fazer a diferença na vida de milhares de pessoas”, afirma Leandro Rosa dos Santos, vice-presidente de Estratégia e Novos Negócios da Positivo Tecnologia.
Dalvino Gomes da Silva, um dos beneficiados, morador da comunidade São Francisco da Mangueira e líder do setor Macopani. “Nossa expectativa é boa, porque a FAS explicou como vai funcionar o projeto e a finalidade do diagnóstico. Então, nós sabemos os próximos passos”, disse.
Nas três comunidades, as famílias manejadoras têm licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para, entre outras atividades, coletar e vender o pescado a compradores locais e frigoríficos.
O projeto surge a partir da necessidade de gerar condições favoráveis e inovadoras para melhorar a renda dos manejadores do Pirarucu. Wildney complementa que a rastreabilidade traduz em transparência e segurança para gerar a confiabilidade para clientes e consumidor final.
“Um consumidor que é cada vez mais exigente e consciente, preocupado com as boas práticas de sustentabilidade dos produtos da bioeconomia, e que agora irá poder realizar uma compra responsável por meio de um produto autêntico, com origem comprovada, gerando benefícios ambientais e impactos econômicos para os manejadores da RDS Mamirauá. Isso vai gerar valor para todos os envolvidos, desde as famílias que manejam o pirarucu na base da cadeia de valor, até quem vende em supermercados, frigoríficos, restaurantes e hotéis”, complementa.
*Com informações da FAS