Destaque na bioeconomia paraense, produção cacaueira ganha novos investimentos

Recentemente um chocolate paraense foi premiado no concurso da Academia de Chocolate de Londres, na Inglaterra.

Conhecido por estimular sensações de bem-estar e trazer inúmeros benefícios para a saúde, o cacau é um dos produtos de destaque da bioeconomia paraense. O fruto constitui-se na principal matéria-prima para a fabricação de chocolate, seja em processo industrial ou caseiro. Além disso, outras finalidades do cacau se aplicam na produção de sorvete, destilados finos (licores), sucos e sua própria polpa.

Recentemente um chocolate paraense foi premiado no concurso da Academia de Chocolate de Londres, na Inglaterra. O concurso é um dos mais importantes do mundo e incentiva a transparência no comércio do cacau e a sua produção de maneira sustentável com um selo de reconhecimento. O chocolate da marca Gaudens ganhou a medalha de bronze com o chocolate ‘Gaudens Cupuaçu’, feito a partir do fruto tipicamente paraense.

Além desse evento, no ano passado, houve o IV Concurso do Melhor Cacau do Brasil, realizado em Belém, e nomeou diversos produtores paraenses na categoria ‘Mistura’. Neste concurso estiveram presentes produtores e empresários de comitivas que participaram de outros festivais internacionais.

Foto: Reprodução/Agência Pará

No âmbito da economia mundial, o Brasil se destaca na 7ª posição entre os principais países produtores, e o Pará se consolida como o maior produtor do fruto do país. Segundo a Nota Técnica da Conjuntura da Economia Cacaueira Paraense de 2022, elaborada pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa), o Pará produziu quase 145 mil toneladas de sementes de cacau para exportação no ano de 2020, o que correspondeu a mais de 53% de toda a produção nacional naquele ano.

A nota técnica também faz um recorte regional e destaca os principais municípios produtores no estado e mostra o município de Medicilândia em primeiro lugar com 18,6% de produção. Vale ressaltar que um dos objetivos do Governo do Estado é investir ainda mais na qualidade do chocolate paraense.

Foto: Reprodução/Agência Pará

Dessa forma, entra o projeto coordenado pela professora Maria do Perpétuo Socorro Progene Vilhena, “Beneficiamento primário, propriedades físicas e químicas das amêndoas de cacau nativo, e sistema informativo das ilhas de várzeas”, apoiado pela Fapespa, em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), que visa avaliar o beneficiamento das amêndoas do cacau e desenvolver um sistema informativo em pequenas ilhas produtoras, no município de Mocajuba. 

A escolha da localidade deveu-se ao fato de a cadeia do cacau ser prioritária, principalmente, para moradores de ilhas de várzea. Estes tem como base principal a atividade agroextrativista, em que o cacau nativo é uma das melhores alternativas agrícolas sustentáveis para a região. Geralmente, essas atividades são feitas de forma tradicional por meio da agricultura familiar, sem uso de produtos químicos e aliado à conservação ambiental.

Foto: Reprodução/Agência Pará

Além disso, as áreas de várzea possuem fertilidade natural considerada média a alta. Consequentemente, o cacau nativo é caracterizado como um produto agrícola eminentemente orgânico decorrente da decomposição natural de sedimentos em suspenção nos rios amazônicos.

Contudo, o estudo, que está no primeiro ano de execução, pretende estabelecer protocolos de beneficiamento das amêndoas, os quais deverão abranger a colheita, a quebra, o transporte, a fermentação, diferentes modos de secagem e o armazenamento do produto; bem como propor dados referentes aos parâmetros fisioquímicos, químicos e bioquímicos na identificação de compostos que tenham efeitos preventivos, curativos e atividades antioxidantes, contribuindo para a segurança dos produtores e mantendo a qualidade do cacau produzido no Pará.

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