Cheia afeta produção rural no Amazonas

A cheia dos rios começa a afetar a produção rural dos municípios localizados nas calhas dos rios Juruá e Purus. Culturas de mandioca, banana e hortaliças são as mais prejudicadas até o momento. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea), a subida das águas põe em risco cultivos de diversos produtos, o que afeta o sustento de famílias e o consumo dos produtos na capital. Os municípios de Guajará e Ipixuna, na calha do Juruá, já declararam situação de emergência.

De acordo com o presidente da Faea, Muni Lourenço, municípios localizados na calha do Purus, como Boca do Acre, Pauiní, Lábrea, Itamarati e Canutama, já sentem os efeitos da enchente com perdas na produção agrícola. Ele afirma que os produtores recebem orientação para tentar acelerara colheita, caso haja possibilidade com o intuito de reduzir o volume de perdas. “Estamos preocupados porque o ritmo de subida das águas é acelerado. Ainda não há prejuízos consideráveis, mas se o ritmo da cheia tiver continuidade há possibilidades de grandes prejuízos. A alternativa, neste momento, é tentar acelerar a colheita de possíveis culturas que estejam em risco, caso elas estejam, também, em condições de comercialização”, explicou.

Segundo o gerente de apoio às organizações de produtores do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), Lázaro Monteiro Reis, o instituto está em fase de levantamento de informações relacionadas às perdas, inicialmente, nos municípios de Guajará e Ipixuna onde o governo do Estado declarou situação de emergência. “Começamos a fazer o levantamento. Estamos em alerta quanto às perdas nos municípios localizados na calha do Juruá, que estão em situação de emergência. As principais culturas afetadas são de mandioca, banana e milho. Atuamos em conjunto com a Defesa Civil dos municípios. Os municípios de Eirunepé, Envira e Carauari também estão em alerta”, informou. 

Cheia afeta comunidades do Amazonas. Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia
A previsão é que o relatório do Idam relacionado ao primeiro levantamento seja concluído na sexta-feira (17). Conforme a assessoria de comunicação do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a previsão é de que a cheia dos rios deste ano atinja um nível recorde em relação à cheia dos anos anteriores. A assessoria também informou que o primeiro alerta e previsão de cheira será divulgado no próximo dia 31 de março.

Atuação do governo do Estado No dia 10 de fevereiro o governo do Estado, por meio da Defesa Civil do Amazonas enviou 12 toneladas de ajuda humanitária aos municípios de Guajará e Ipixuna, localizados na calha do Juruá, que decretaram situação de emergência por conta da enchente e prepara logística de distribuição. Outras cinco cidades da mesma região estão sendo monitoradas e permanecem em alerta. “Com a análise contínua do Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil do Estado (Cemoa) foi possível antecipar as ações de resposta ao desastre”, afirmou o Secretário Executivo do órgão, coronel Fernando Pires Júnior.

Nos dois municípios 2.562 famílias já foram afetadas. As cidades de Juruá, Carauari, Itamarati, Eirunepé e Envira permanecem em situação de alerta, com possibilidade de evolução para situação de emergência. Segundo a Defesa Civil, a região do Juruá é sempre a primeira a ser afetada devido o leito estreito, o que facilita a elevação do nível da água nas localidades.

Mas, de acordo com o Cemoa, as cotas estão acima da média para o período. No dia 2 de fevereiro deste ano, a Estação de Cruzeiro do Sul, no Acre, que monitora o município de Guajará (cidade referência da calha do Juruá) atingiu o nível máximo dos últimos 22 anos, chegando a 14,24m, a maior cota que se tinha registro na região, era de 14,18m em 1995.

O último registro de enchente na calha do Juruá ocorreu em fevereiro de 2015. Na época pelo menos nove mil famílias foram afetadas, distribuídas por cinco cidades. 

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