O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, esteve em Belém na noite dessa sexta-feira (24) em reunião com o secretário Adnan Demachk, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia Pará (Sedeme), do Pará.
Na reunião, Paulo Rabello sinalizou o interesse do governo federal em executar o projeto da Ferrovia Paraense, uma das mais importantes apostas do governo local para consolidar o potencial logístico e aproveitar a localização estratégica do Estado.
O projeto
No encontro, Paulo Rabello conheceu os detalhes da Ferrovia Paraense, fez questionamentos e declarou-se satisfeito com os esclarecimentos, e sinalizou a possibilidade de o Banco Nacional de Desenvolvimento tornar-se parceiro no financiamento da obra.
“A Ferrovia Paraense tem um grande valor estratégico. A conexão prevista com a Ferrovia Norte-Sul dá ainda mais relevo à sua importância nacional”, aponta.
“Mesmo que não houvesse essa conexão, ela já é uma ferrovia estratégica, porque vai escoar a produção paraense, dos setores mineral, agrícola e pecuário, mas também dos produtores vizinhos, principalmente do Mato Grosso”, observa.
“Nós, do BNDES, temos o maior interesse em que esse projeto da ferrovia, assim como outros grandes projetos do Pará que estão sob análise do banco, saiam do papel e virem realidade”, disse.
Ele ainda garantiu que vai tratar do assunto com os técnicos do BNDES, que já receberam a proposta do Pará e estudam a melhor maneira de viabilizá-la. “Vamos trabalhar para resolver isso no menor prazo possível”, garantiu.
Ambiente preservado
A Ferrovia Paraense terá 1.312 km de extensão, passará por 23 municípios, vai conectar todo o leste do Pará, desde Santana do Araguaia até Barcarena, atendendo a uma das maiores províncias minerais do mundo e a grande fronteira do agronegócio, que ainda carecem de logística apropriada, com potencial para o transporte mais barato de ferro, bauxita, grãos, fertilizantes e combustíveis, entre outras cargas.
O projeto permite o acesso de produtores de minério e do agronegócio em todo o País a uma rota estratégica de exportação, pelo Porto de Vila do Conde, que encurta a distância entre o Brasil e os principais destinos das exportações: os portos de Rotterdam, na Europa; de Xangai, na China; e de Miami e Los Angeles, nos Estados Unidos, normalmente acessados pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).
Todo o traçado da ferrovia foi definido para produzir o menor impacto possível ao meio ambiente. Além disso, a ampliação do modal de transporte ferroviário, por si só, já garante a redução de fatores de poluição ambiental, como as emissões de dióxido de carbono (CO2) e monóxido de carbono (CO), gases responsáveis pelo aumento do efeito estufa.
Outra vantagem da Ferrovia Paraense é o fato de que ela também transportará passageiros, tal e qual faz a estrada de ferro Carajás. Isso vai facilitar a integração dos paraenses e reduzir o tráfego de veículos, principalmente na rodovia PA-150.
O presidente do BNDES disse que, tão logo chegue ao Rio de Janeiro, vai tratar do assunto com o corpo técnico da instituição.