Projeto ‘Florestas e Comunidades: Amazônia Viva’ conta com R$ 96,5 milhões do Fundo Amazônia

Iniciativa interministerial visa fortalecer a bioeconomia na Amazônia e garantir o acesso de povos tradicionais e agricultores familiares aos mercados, incluindo PAA e PNAE.

Meta principal é impulsionar produção, armazenamento, processamento, escoamento e a comercialização de alimentos produzidos na região amazônica. Foto: Vitor Vasconcelos/Secom-PR

O Governo do Brasil, por meio de uma ação interministerial coordenada, lançou o projeto “Florestas e Comunidades: Amazônia Viva”. A iniciativa, que visa fortalecer atividades produtivas baseadas na bioeconomia e ampliar o mercado de alimentos da agricultura familiar sustentável na Amazônia, será financiada com R$ 96,5 milhões provenientes do Fundo Amazônia.

O objetivo é melhorar e garantir o acesso de povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares aos mercados de alimentos e de produtos da sociobiodiversidade.

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Os recursos serão investidos ao longo de dois anos e fortalecerão o fornecimento de alimentos ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Também vão permitir que o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) enriqueça o cardápio regional com produtos como pirarucu, pescada-amarela, tambaqui, matrinxã, jaraqui, castanha-do-Pará, borracha extrativa, babaçu, mel, cacau, cupuaçu e outros.

Os beneficiários serão os agricultores familiares dos nove estados que compõem a Amazônia Legal – Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão.

Produtos

O projeto busca otimizar e assegurar a eficiência, qualidade e sustentabilidade de todas as etapas da produção, desde a matéria-prima até o consumidor final. Serão contemplados produtos como açaí, castanha-do-Brasil, frutas diversas, farinha de mandioca e pescados artesanais, que unem o uso sustentável da natureza com a identidade cultural de cada território.

A iniciativa tem como meta principal impulsionar a produção, o armazenamento, o processamento, o escoamento e a comercialização desses alimentos produzidos por ribeirinhos, pescadores artesanais, extrativistas e outros grupos tradicionais da região amazônica.

A execução da iniciativa será conjunta, envolvendo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), gestor do Fundo Amazônia. O programa tem o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA); Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA); e Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).

iniciativa amazônia viva
Com a participação do MMA, contrato foi assinado entre BNDES e a Conab. Foto: Rogério Cassimiro/MMA

Seleção

Os projetos desenvolvidos pelas organizações de povos indígenas, tradicionais e agricultores familiares (PIPCTAFs) serão selecionados por meio de uma chamada pública. O “Florestas e Comunidades: Amazônia Viva” prevê pelo menos 32 projetos, cada um com valor de até R$ 2,5 milhões. Os recursos poderão ser aplicados em logística, infraestrutura para armazenamento dos produtos e acesso à energia renovável, entre outros investimentos necessários para acessar o mercado formal de alimentos.

CONAB

As nove superintendências regionais da Conab na Amazônia Legal serão apoiadas com infraestrutura de tecnologia da informação e veículos para melhorar a execução de políticas de fomento à produção sustentável. A sede da Conab, em Brasília, também receberá reforço na infraestrutura de rede, garantindo a operacionalização dos sistemas e informações necessários para implementar as políticas públicas na região.

Desenvolvimento do ‘Amazônia Viva’

Para o diretor-presidente da Conab, Edegar Pretto, o projeto consolida um legado para quem vive na floresta.

“É um legado que nós, do governo brasileiro, precisamos deixar para esse público da floresta. Os produtos da sociobiodiversidade merecem a visibilidade que têm outros produtos, como as commodities, também produzidas no nosso Brasil. Nós queremos que o desenvolvimento seja para todos e ninguém fique para trás”, afirmou.

Sinergia

Segundo a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, o Fundo Amazônia é um instrumento de política pública que hoje integra combate ao desmatamento, inclusão produtiva e geração de renda. “Estamos somando aqui nesse novo projeto, criando toda uma sinergia para que a agenda ambiental e a agenda da sociobiodiversidade possam ser estruturadas e tenham mais um salto estratégico de qualidade”, afirmou.

Preservação

O ministro do MDA, Paulo Teixeira, destacou o compromisso do Governo do Brasil com a preservação ambiental. “O nosso presidente Lula sempre teve dois grandes compromissos, o primeiro deles com o meio ambiente. O governo conseguiu diminuir o desmatamento em patamares que nós nunca tivemos no país, e o outro, o de pensar na sociobiodiversidade, preservar a floresta e no desenvolvimento das pessoas que moram na Amazônia”, disse o ministro.

A secretária Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Lilian Rahal, ressaltou que a atuação integrada entre ministérios é importante para garantir direitos e renda aos povos tradicionais da Amazônia.

“Temos feito esse esforço dos diferentes ministérios aqui presentes para que nós tenhamos ações efetivas de garantia de condições de vida para essas populações e não só boas condições de vida, mas também geração de renda e uma economia que permita uma situação razoável de convivência com aquele ambiente”, ponderou.

*Com informações da Secom/PR e MMA

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