Parlamentar é um dos principais defensores da Zona Franca no Senado Federal. Foto: Moreira Mariz/Agência Senado
“O Amazonas pode ingressar no agronegócio, a maior indústria da economia brasileira, sem derrubar uma árvore”.
Foi desta forma que o senador Eduardo Braga (MDB), afirmou, em entrevista ao Portal Amazônia, que o estado tem grande potencial de se tornar protagonista no agronegócio brasileiro.
De acordo com Braga, o Amazonas possui grandes reservas de potássio, fósforo e nitrogênio, fertilizantes essenciais para o agronegócio, o que coloca o estado como uma das novas fronteiras econômicas. Segundo o senador, o Brasil gasta cerca de US$ 14 bilhões por ano com importação desses recursos minerais.

“Nós temos muito gás, como o composto de nitrogênio, que permitiria produzir ureia, temos potássio na silvinita e reservas minerais de fósforo no sul do Amazonas. Nós podemos produzir as três letrinhas mágicas que formam os fertilizantes de um país do agronegócio brasileiro: N, P e K, ou seja, podemos entrar na maior indústria da economia brasileira sem derrubar uma árvore”, explicou o senador.
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No entanto, o parlamentar reforça que investimentos serão essenciais para colocar o Amazonas na indústria do agronegócio brasileiro. “Para isso, precisamos de investimentos em logística e energia. Não tem como transformar nitrogênio em ureia e silvinita em potássio sem energia, portanto é preciso ter investimentos em ciência, tecnologia e educação. Se nós tivermos logística e estrutura, eu tenho certeza que o Amazonas terá um futuro próspero e as próximas gerações terão condições melhores que a nossa”, pontuou o senador.
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Zona Franca de Manaus

Defensor da Zona Franca de Manaus no Senado, Eduardo Braga enalteceu o papel ambiental do maior modelo econômico e sustentável do planeta, responsável por preservar 98% da cobertura vegetal da Floresta Amazônica, além da geração de 600 mil empregos diretos e indiretos.
“A Zona Franca é o maior programa de conservação ambiental do mundo. O modelo foi criado inicialmente para a substituição da importação, mas ao longo do tempo se transformou numa política de preservação ambiental, tanto é que temos 98% da nossa floresta intacta, enquanto isso o Pará, Rondônia e Acre tem 50% e pouco preservados. Portanto, nós temos autoridade moral para dizer que temos um comportamento ambientalmente correto e precisamos ser respeitados por isso e não penalizados”, afirmou o parlamentar.
Gerida pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o modelo ZFM é reconhecido nacional e internacionalmente como exemplo bem-sucedido de desenvolvimento e de conservação de sua área de atuação – Estados da Amazônia Ocidental e municípios de Macapá e Santana, no Estado do Amapá – em bases sustentáveis. Somente o Estado do Amazonas, mesmo após mais de quatro décadas de atividades industriais intensas, mantém preservada aproximadamente 98% de sua cobertura vegetal, marca que demonstra que é possível harmonizar alto grau de avanço tecnológico e respeito ao meio ambiente.

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BR-319
Por fim, Braga aproveitou para reforçar a importância pela pavimentação da BR-319 como parte fundamental para o desenvolvimento do Amazonas.
“Não podemos ser punidos porque moramos na Zona Franca, no epicentro da Amazônia. Não podemos ficar isolados porque moramos no meio da Floresta Amazônica, não podemos morrer por falta de oxigênio (durante a pandemia Covid-19) porque a estrada não permitiu que a ajuda chegasse aqui. Daí a importância da altivez moral para exigirmos que a BR-319 seja pavimentada, nós merecemos que a estrada seja asfaltada”, concluiu.

