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Sexta, 26 Abril 2024

Ciama leva para Benjamin Constant capacitação técnica sobre a cadeia produtiva do açaí

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A Companhia de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Ciama) promoveu uma semana inteira dedicada ao fortalecimento da cadeia produtiva do açaí, em Benjamin Constant. Técnicos da companhia se deslocaram ao muicípio para o lançamento do Projeto Fruticultura, ação do Programa de Capacitação e Aperfeiçoamento Profissional que já vem sendo executado pela Ciama desde o início da gestão Wilson Lima. A iniciativa conta com a parceria do Idam, Cetam, Prefeitura de Benjamin Constant e do Sistema de Rádio e TV Encontro das Águas. O Projeto Fruticultura abrangeu a oferta de três cursos centrados em boas práticas relativamente à cadeia produtiva do açaí. Teve início na última terça-feira (07/06) e encerramento no sábado (11/06), com certificação pelo Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), parceiro da Ciama na iniciativa.

O primeiro curso, intitulado Boas Práticas de Manejo do Açaí, foi oferecido na comunidade indígena São João de Veneza para 50 famílias do local e estendido para as comunidades vizinhas, atendendo um total de 100 produtores e extrativistas. Durante dois dias, foram realizadas aulas teóricas e práticas com especialistas do Idam, instituição parceira na programação. Na comunidade, foram oferecidas aulas sobre a coleta, debulha, seleção, monitoramento da produção, armazenagem, transporte, comercialização e atualização do PGPMBio, programa governamental que trata sobre a subvenção do fruto.

De acordo com o líder da comunidade, o ticuna Valdinier Luiz Fortes, a São João de Veneza extraiu 200 toneladas de duas espécies de açaí na safra de 2022, que chega ao fim agora em junho: o precatória - nativo da área indígena e o oleracea, o Pai d'égua, desenvolvido pela Embrapa Amazônia Oriental. "A perspectiva com este curso é que, com as técnicas transmitidas, possamos nos organizar melhor para que o açaí seja mais uma fonte de renda, pois temos potencial", disse.

Foto: Bruno Lopes/Cedida

A engenheira de alimentos da Ciama, Aline Guimarães, demonstrou as etapas essenciais do beneficiamento, desde a coleta até o produto final para um público de 82 participantes, entre eles produtores indígenas e rurais, batedores, técnicos municipais da Vigilância Sanitária e da Secretaria de Produção Rural. Na mini indústria municipal foram transmitidas boas práticas de beneficiamento, salientando os riscos de contaminação do fruto, desde a colheita, ao processamento da polpa, medição e necessidade de refrigeração/congelamento e rotulagem.

O economista da Ciama, Fernando Folhadela, ressaltou a importância do fruto para a economia amazonense, apontando oportunidades de incentivo à cadeia produtiva e sobre a importância das parcerias. Foram transmitidas práticas de custos, agregação de valor ao produto de acordo com o preço de mercado. No módulo Delícias do Açaí, foram ensinadas técnicas de segurança alimentar e repassadas várias receitas diferentes com açaí para 25 donas de casa. O curso foi pensado visando atrair a população ao novo Mercado Municipal, onde foram montadas tendas cedidas pela Prefeitura para a comercialização dos pratos. A ideia é que a feira seja permanente, tornando-se um atrativo para a população local e visitantes e uma nova fonte de renda para as donas de casa.

De acordo com o presidente da Ciama, Aluízio Barbosa, entusiasta do projeto, "Benjamin Constant já possui uma indústria de polpa de açaí e é o município que mais produz na região do Alto Solimões. Nós levamos técnicos do Governo do Estado, especialistas em cultivo aos produtores e batedores para que a safra não seja somente uma vez por safra e sim que tenhamos açaí o ano inteiro. Até o fim do ano, já terão sido distribuídas 17 mil mudas para estes produtores de Benjamin Constant". Barbosa destacou o esforço do governador Wilson Lima de "incentivar boas práticas agrícolas em cada município como forma de promover a interiorização dos incentivos fiscais por meio da exploração sustentável dos recursos de nossa biodiversidade".

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas (ALCEAR), do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA/INPA) e do Conselho Regional de Economia do Amazonas (CORECON-AM).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista


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