Promover o crescimento econômico inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos

A Diretora Executiva da Fundação Rede Amazônica, Marcya Lira Fundação Rede Amazônica (FRAM) convida a cofundadora do Impact Hub, Juliana Teles para falar sobre o ODS 8 – Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, empreo pleno e produtivo, e trabalho decente para todos.

As empresas desempenham um papel importantíssimo no avanço do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 8, pois representam a maior parte do PIB na maioria dos países, bem como a maioria dos empregos.

O trabalho decente, conforme definido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), é o trabalho que é produtivo e proporciona uma renda justa; segurança no local de trabalho; proteção social para as famílias; melhores perspectivas de desenvolvimento pessoal e integração social; liberdade para que as pessoas expressem suas preocupações, se organizem e participem das decisões que afetam suas vidas; e igualdade de oportunidades e tratamento para todas as mulheres e homens.

As empresas podem liderar o Objetivo 8 investindo em inovação, trabalho e capital para alcançar um crescimento econômico forte, sustentável e equitativo que proporcione empregos decentes. Hoje, o Impact Hub traz algumas provocações e ideias que podem inspirar empresas e negócios a olhar mais para dentro de seus muros com foco em pessoas.

A importância das empresas para a realização da ODS 8

Para começar nosso papo, é importante relembrar o mundo no qual estamos vivendo. Você certamente já ouviu falar do mundo BANI (atualização do mundo VUCA). Estamos em um momento de extrema urgência e desafios, que a denominação BANI explica como um mundo “frágil, ansioso, não linear e incompreensível”.

Conhecer essa dinâmica é muito importante para as empresas que não querem sucumbir ou parar no tempo. Dentro desse cenário BANI, os problemas climáticos, as desigualdades, violências, intolerâncias estão cada vez mais evidentes. Tem uma frase que a gente usa aqui no hub que diz: “Problemas complexos exigem ação coletiva”.

Nessa dinâmica do mundo, é importante que as empresas assumam seu lugar de responsabilidade, independentemente de seus tamanhos. Não dá para continuar fazendo as mesmas coisas em um mundo que definitivamente não é mais o mesmo. Entender as características desse mundo BANI e estar antenadas aos acontecimentos que podem impactar a sociedade, os consumidores e a forma de consumo é um ótimo começo para empresas criarem estratégias eficientes e reais. Todo empresário/empreendedor já ouviu a frase de que “empresas são pessoas”.

Pode parecer clichê, mas no centro de tudo que fazemos tem as pessoas, no caso do Impact Hub Manaus, as formiguinhas. Temos uma equipe de quinze pessoas, todos jovens de até 35 anos, liderados por outros dois jovens. Percebemos diariamente como esse mundo BANI influencia na nossa geração, que está cada vez mais em busca de trabalhos que conecte-se aos seus propósitos, ao seu estilo de vida e a sua visão de mundo, além da busca por espaços seguros físico e mentalmente.

Nossa gestão é learning by doing (aprender fazendo), nós não nos formamos empresários, estamos aprendendo a ser. Em termos de ferramentas e processos, outras organizações podem contribuir mais, aqui queremos compartilhar algumas boas práticas que adotamos a partir da necessidade da empresa e da nossa equipe (Daí a importância da escuta ativa, às vezes a resposta não está no google).

● Yoga – Percebemos que todas as formiguinhas (ou colaboradores) falaram sobre se sentir ansiosos, excesso de autocobrança, medo de julgamentos e do futuro. Contratamos um professor de Yoga para a equipe, fisicamente no hub.

● Clube do livro – Na busca de espaços de troca fora de trabalho, propusemos o clube do livro, no qual cada formiguinha escolhe um livro – de qualquer temática – para ler no mês e no clube apresenta seu enredo, aprendizados, insights, por meio de uma colagem criativa. Além de aproximar as pessoas, também é um momento de melhoria de repertório e de habilidades de comunicação.

● Joga na mesa – ritual estabelecido nas reuniões semanais, no qual perguntamos qualquer assunto que queiram discutir sobre. Quinze minutos de diálogo e trocas sobre o que lhes parece importante naquele momento. Já surgiram temas como valorização de artistas locais, participação jovem na política, segurança pública em Manaus, possibilitando ouvir e conhecer pontos de vista diferentes, incentivando argumentações e tolerância entre eles.

● Desenvolvimento de time – acreditamos na terapia como uma ferramenta muito importante para o autoconhecimento. Contratamos uma psicóloga para conduzir trocas em grupo uma vez por mês, com foco em questões individuais, aumentando a autoestima individual e fortalecendo um espaço seguro entre os colaboradores.

● Vale Hub – entendemos que as práticas coletivas são importantes, mas que cada pessoa tem uma demanda diferente. Assim, disponibilizamos um valor mensal – não cumulativo – para cada um utilizar como quiser dentro de conhecimento, saúde e bem estar. Nós empreendemos o HUB para colocar nossa visão de mundo em prática, pra gente só faz sentido se for justo para todos. Somos uma empresa pequena, se conseguimos a partir de nossos recursos, estabelecer ambiente seguro, grandes empresas também o conseguem (e diria que devem!). Basta força de vontade, criatividade e, sobretudo, uma vontade genuína de, a partir das pessoas, ter um negócio melhor para o mundo, afinal, se as pessoas estão melhores e mais felizes, o negócio também está, não?! Essa é a nossa forma de fazer negócios. Vamos juntos? O que você pode mudar hoje na sua empresa que dê condições mais dignas de trabalho aos seus colaboradores?

Sobre a autora

Marcya Lira é diretora na Fundação Rede Amazônica (FRAM) e pedagoga. Atua com o tema da Sustentabilidade desde 2014 e atualmente relaciona-se com empresas e organizações que prezam pelas boas práticas em consonância com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), além de gerir temas mais amplos como educação e inovação.

*O conteúdo é de responsabilidade da colunista

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