Tonny Brasil: o pai do tecnobrega e seu legado imortal na música paraense

Ao longo da carreira, Tonny Brasil compôs mais de duas mil músicas, muitas delas gravadas por artistas de renome, e foi o tecnobrega que o fez ser reconhecido.

Foto: Reprodução/Instagram

‘Meteoro’, ‘Brega do Ideal’, ‘Está no Ar’, ‘São Amores’ e ‘Existe Vida Após o Amor’. Essas músicas têm algo em comum: todas pertencem ao universo do tecnobrega, ritmo que transformou a cena musical do Norte do Brasil e projetou artistas paraenses em todo o país. Entre os nomes que moldaram esse gênero, um se destaca: Tonny Brasil, reconhecido como um dos pais do movimento.

Leia também: Música paraense perde Tonny Brasil, pai do tecnobrega

Antonio Luiz do Carmo Conceição nasceu em 28 de março de 1967, em Belém. Filho de um carpinteiro e de uma lavadeira, descobriu a música ainda criança, quando trocou uma bola de futebol, presente do pai, pelo violão dado ao irmão. Aos 18 anos, ingressou na banda de rock Éter na Mente, mas logo percebeu que sua verdadeira força estava na composição.

No início, encontrou dificuldade para que artistas gravassem suas músicas. Decidiu então interpretar as próprias canções, inaugurando sua carreira como cantor. Seu primeiro registro, ‘Lana’, é considerado o marco inicial do tecnobrega.

A virada veio durante uma viagem à Guiana Francesa, ao assistir apresentações de Zouk e Lambada com batidas eletrônicas. Tonny percebeu que poderia aplicar o mesmo recurso ao brega paraense. De volta ao Brasil, passou madrugadas no estúdio ‘M Produções’, de Mauro Freitas, configurando teclados e sequenciadores para criar a sonoridade que mudaria a música popular da região.

Confira a canção ‘Lana’:

Um repertório que atravessou gerações

Ao longo da carreira, Tonny Brasil compôs mais de duas mil músicas, muitas delas gravadas por artistas de renome. Foi o autor de sucessos da Banda Calypso, como ‘Fórmula Mágica’ e ‘Não Faz Sentido’. A canção ‘Leviana’, escrita em 1997, ganhou notoriedade nacional na voz de Reginaldo Rossi e foi regravada por Leonardo e Léo Magalhães.

Em 2021, em parceria com Jaloo, escreveu ‘Amor Pra Recorda’”, incluída no álbum Purakê de Gaby Amarantos. Outro destaque foi ‘Cumbia do Amor’, originalmente gravada por Joelma na Banda Calypso e reinterpretada por Marília Mendonça em seu álbum póstumo Decretos Reais.

Foto: Reprodução/Instagram

O pai do tecnobrega

Mais do que letras românticas embaladas por melodias dançantes, Tonny Brasil criou um estilo que modernizou o brega, o transformando em símbolo de identidade cultural do Pará. Ao unir emoção e tecnologia, abriu portas para uma nova geração de artistas e consolidou o tecnobrega como um dos ritmos mais marcantes do Norte do país.

Tonny Brasil faleceu em junho de 2024, mas seu legado permanece vivo nas festas de aparelhagem, nos palcos e nas vozes que continuam interpretando suas canções. Visionário e incansável, ele reinventou a música popular paraense, e deixou o Brasil inteiro dançando ao som de seu talento.

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‘São Amores’ é um dos tecnobregas mais populares no Pará:

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