De origem indígena, o festival remonta a tempos antigos, ou seja, o Sairé é considerado uma das festas mais antigas da Amazônia, logo traz consigo uma gama de símbolos.
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Arco do Sairé
De acordo com o projeto ‘Memórias do Sairé‘, além das festividades, o Sairé é cercado por simbologias e, claro, a religião. Um dos principais pontos da celebração é o Arco do Sairé, que simboliza a arca de Noé. Em formato de semicírculo, o arco é produzido com madeira e corda de cipó, enfeitado com flores e fitas, que significam a fartura de alimentos para a região.
O Arco de Sairé conta com três cruzes, que representam a Santíssima Trindade (Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo) e uma cruz na parte superior que mostra a união da Santíssima Trindade em um único Deus.
No passado, o símbolo também possuía espelhos que sugeriam o reflexo da água na arca de Noé. Por isso, ainda hoje, a Saraipora, que conduz o símbolo do Sairé durante as procissões, faz pequenos movimentos de um lado para o outro, representando o balanço da arca na água.
De acordo com o projeto ‘Memórias do Sairé‘, além das festividades, o Sairé é cercado por simbologias e, claro, a religião.
“Quando os portugueses encontraram Alter do Chão o Sairé já acontecia. Era bem diferente da configuração que a gente conhece hoje, mas sempre teve adesão do povo local – o povo Borari. Com a chegada dos jesuítas, a festa que era puramente indígena, começou a sofrer interferências da igreja católica que tinha a intenção de catequisar os nativos de Alter do Chão. Com o passar do tempo, elementos do rito católico passaram a fazer parte do Sairé como forma de aproximação entre igreja e indígenas. […] Ainda são muito confusos os relatos sobre a proibição, pois existem duas versões: a do povo e a da Igreja. Em 1943, o Sairé passou a ser considerado uma manifestação religiosa proibida. As folias, as rezas e o tarubá foram suspensos”, descreve o projeto.
Trinta anos depois o festival voltou e, mesmo com a perda da memória coletiva “os “mais velhos” se desdobravam nas tarefas práticas e também na transmissão de saberes para os “mais jovens””.
Os principais símbolos do evento são a Coroa, as bandeiras, os mastros e a mais chamativa de todas: o Arco do Sairé. O Arco do Sairé simboliza a arca de Noé. Em formato de semicírculo, o arco é produzido com madeira e corda de cipó, enfeitado com flores e fitas, que significam a fartura de alimentos para a região.
O Arco conta com três cruzes, que representam a Santíssima Trindade (Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo) e uma cruz na parte superior que mostra a união da Santíssima Trindade em um único Deus.
No passado, o símbolo também possuía espelhos que sugeriam o reflexo da água na arca de Noé. Por isso, ainda hoje, a Saraipora, que conduz o símbolo do Sairé durante as procissões, faz pequenos movimentos de um lado para o outro, representando o balanço da arca na água.
O elemento é tão presente que faz parte dos atrativos turísticos. “A “Alter do Chão turística” recebe seus visitantes com um pórtico em formato de arco disposto na entrada da Vila, no trecho final da PA-457. Esse arco reproduz, em maiores dimensões, o arco do Sairé, maior festival turístico da localidade, que celebra as raízes indígenas locais”, conforme cita Rudiney Ivo Lima dos Santos em sua dissertação ‘A propósito de uma imagem mais-que-turística de Alter do Chão’, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de Brasília.