Apresentação de comemoração da Revolução Acreana do bairro 6 de Agosto. Foto: Reprodução/Rede Amazônica AC
A comemoração da Revolução Acreana, feita anualmente no bairro 6 de Agosto, em Rio Branco (AC), passa a ser patrimônio cultural imaterial do município. A decisão está na Lei Municipal nº 2.615, sancionada e publicada no dia 25 de novembro no Diário Oficial do Estado, e garante proteção às expressões que marcam a festa histórica, como dança, vestuário, vocabulário, costumes e desfiles.
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O texto aponta que o município deve promover ações de preservação e valorização por meio de políticas públicas, editais, pesquisas, programas culturais e iniciativas que assegurem a continuidade das manifestações.
Além disso, o objetivo é garantir que a tradição permaneça viva e registrada, mantendo as práticas relacionadas à memória da Revolução Acreana e à formação da comunidade local.
O reconhecimento consolida também uma tradição que atravessa décadas e está diretamente ligada à formação do bairro, criado há 121 anos no Segundo Distrito, cujo nome faz referência direta à data em que o conflito começou. A região, inclusive, foi criada dois anos após o início da Revolução Acreana.

Uma das festas mais antigas da cidade
Seis de Agosto é um dos primeiros bairros de Rio Branco e foi onde as primeiras comunidades da capital se estruturaram e cresceram. Em 2025, o bairro completou 121 anos.
A comunidade faz, há cerca de 40 anos, uma programação que reúne desfile cívico, atividades culturais, jogos tradicionais e ações comunitárias que mobilizam moradores e reforçam vínculos locais.
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A rua principal da região é considerada uma das mais antigas do Acre, elemento que também reforça o valor histórico da celebração. Ao longo dos anos, a festa passou a simbolizar pertencimento e resistência.

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Ligação com a Revolução Acreana
A escolha da data da festa não é aleatória. No dia 6 de agosto de 1902, há 123 anos, começaram os confrontos que marcaram a Revolução Acreana, movimento liderado por brasileiros que viviam na região e resistiam ao controle boliviano sobre o território.
O conflito teve origem na disputa pela exploração do látex, que desde a década de 1870 atraía migrantes vindos do Nordeste para a área então chamada de “Aquiry”.
Os confrontos se estenderam até 1903, quando o Acre foi incorporado ao Brasil após o Tratado de Petrópolis. A data também coincide com o dia da independência boliviana, o que na época ajudou a surpreender tropas adversárias durante o início da ofensiva.
*Por Jhenyfer de Souza, da Rede Amazônica AC
