5 novos sítios rupestres são identificados na APA Serra do Lajeado, no Tocantins

Os novos sítios rupestres serão cadastrados junto ao Iphan. Um sítio cerâmico foi localizado em situação de risco, exigindo o resgate do material para evitar sua destruição.

Painel com pintura no sítio rupestre Bico de Pedra, em Lajeado. Foto: Genilson Nolasco/Arquivo Pessoal

Uma pesquisa realizada no Tocantins busca ampliar o conhecimento sobre os sítios rupestres da Área de Proteção Ambiental (APA) Serra do Lajeado e sensibilizar o público para a urgência da criação de estratégias voltadas à conservação desse patrimônio. Para isso, a Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), por meio do Núcleo Tocantinense de Arqueologia (Nuta), realizou a Exposição ‘Ecos da Serra: a arte rupestre na APA Serra do Lajeado’, financiada pelo Governo do Tocantins, por meio da Fapt.

A exposição é um dos desdobramentos do projeto ‘Mapeamento e levantamento do estado de conservação de sítios arqueológicos rupestres cadastrados na Área Estadual de Proteção Ambiental Serra do Lajeado’, desenvolvido pelo Nuta/Unitins e por meio do ‘Edital Fapt/Naturatins – Meio Ambiente’. O projeto teve início em maio de 2023 e segue até o próximo mês de julho. 

O projeto já identificou cinco novos sítios rupestres, que serão cadastrados junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além de um sítio cerâmico localizado em situação de risco, exigindo o resgate do material para evitar sua destruição. Após a conclusão desta pesquisa, será elaborado um novo projeto específico para o resgate do material cerâmico identificado, explica o curador do Nuta, professor doutor Genilson Nolasco.

Leia também: Conheça as misteriosas pedras pintadas por povos nativos da Amazônia

Registros fotográficos dos sítios rupestres da APA Serra do Lajeado foram reunidos, destacando painéis rupestres, o contexto ambiental e os desafios para a conservação desse patrimônio cultural. As imagens foram produzidas ao longo do trabalho de campo, revelando o potencial arqueológico da região e os vetores de impacto da arte rupestre. 

Ainda segundo o professor, a pesquisa e a exposição representam um avanço na compreensão e conservação dos sítios rupestres da APA Serra do Lajeado, trazendo subsídios para a gestão desse patrimônio arqueológico.

“A ausência de registros detalhados sobre o estado de conservação desses sítios evidenciou a necessidade de um levantamento que permitisse avaliar os danos acumulados ao longo do tempo, compreender os principais vetores responsáveis por sua degradação e propor estratégias para minimizar esses impactos. A pesquisa identificou vetores naturais e antrópicos que contribuem para a degradação dos sítios. Entre os impactos naturais, destacam-se a erosão eólica e fluvial, desplacamento de rochas, descamação, exsudação, proliferação de fungos e o intemperismo. No âmbito das ações humanas, práticas como pichações e o uso inadequado das áreas arqueológicas têm agravado o estado de conservação dos sítios. A queimada, por sua vez, seja ela de origem antrópica ou natural, tem se mostrado um dos vetores mais críticos, intensificando os danos às superfícies rochosas e promovendo alterações químicas e físicas que aceleram a deterioração das pinturas rupestres”, completou Nolasco.

A proposta dos pesquisadores é de que sejam adotadas medidas que não apenas amenizem ou impeçam o processo de degradação, mas que também promovam o conhecimento sobre esse patrimônio e sua importância para a ciência, educação, identidade cultural, o turismo e para a história da região.

Nuta

O Nuta atua no desenvolvimento de pesquisas no campo da arqueologia e do patrimônio cultural. Os resultados dessas pesquisas têm contribuído para a ampliação do conhecimento científico sobre a presença humana na região, com sítios arqueológicos datados em aproximadamente 12 mil anos e sobre os patrimônios culturais produzidos pelos mais diversos contextos sociais existentes no Tocantins.

O Nuta está localizado no bairro Jardins dos Ipês, quadra 20, lote 65, Anel Viário da Rodovia TO-050, em Porto Nacional. 

*Com informações da Fapt

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Espécie inédita de parasita é descoberta no peixe ‘lambari’ por pesquisadores do Amapá

Organismo foi encontrado em um rio na área rural da comunidade Tessalônica, no interior do Amapá e batizado como Ceratomyxa Tessaloniensis.

Leia também

Publicidade