Moeda portuguesa de 20 réis. Foto: Aog Rocha/GEA
Arqueólogos encontraram uma moeda de 20 réis de 1775 nas obras de reforma e ampliação da antiga Residência Oficial do Governo do Amapá, no Centro de Macapá, e próximo à orla do rio Amazonas. Ao todo, foram encontrados mais de 30 itens dos séculos 17 e 18, como anéis, ossos de animais e cachimbos de orgiem holandesa.
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“São achados bem significativos que remetem, nesse primeiro momento ao período de implantação da Vila de São de Macapá, em 1750. Contudo, existem provas de ocupação Ameríndia na área da pesquisa, como o antigo sítio cemitério ameríndio escavado em 1947, durante construção da residência do governador”, explicou Edinaldo Nunes, pesquisador da Universidade Federal do Amapá (Unifap).
A área recebe reforma para se tornar um espaço turístico após ficar mais de 10 anos abandonada. As obras foram interrompidas e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi consultado sobre os itens encontrados e autorizou o início de uma pesquisa arqueológica no local.
A residência fica localizada no que é considerado um Platô, um local plano e elevado. Evidências apontam que mesmo antes da presença dos portugueses, comunidade dos povos indígenas já habitavam a região.
A data da moeda é anterior ao fim das obras da Fortaleza de São José de Macapá e da criação da política cambial brasileira que só começou em 1808.

“Nessa fase preliminar encontramos um acervo, sobretudo a evidência de ocupação humana do século 18 e uma das evidências são as moedas de 1775, moeda de bolso, cachimbos holandeses, de matéria-prima caulim, encontrados com frequência e que atestam o contato comercial naquele período. Também encontramos louças europeias, tudo isso dentro de uma evidência de um componente de ocupação relacionado aos séculos 17 e 18”, descreveu Kleber Souza, arqueólogo e coordenador dos estudos no local.
Uma empresa contratada pelo estado é a responsável por fazer a escavação em diversos pontos ao redor da residência. Os itens encontrados serão encaminhados ao Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas do Amapá (Cepap) da Unifap para serem analisados e registrados.
*Por Rafael Aleixo e Addan Vieira, da Rede Amazônica AP