Marujada em Bragança: evento religioso movimenta a cidade paraense na passagem de ano

A festividades tem a mesma origem que a irmandade de São Benedito: em 1798, quando os senhores atenderam ao pedido dos escravos para a organização da irmandade.

Há 225 anos, todo mês de dezembro e início de janeiro, o município de Bragança, no Pará, é palco da Marujada de São Benedito, festa que homenageia o santo preto.

Três apresentações marcam a Marujada: a primeira no dia de Natal, a segunda no dia de São Benedito, 26 de dezembro e a terceira acontece no dia 1º de janeiro.

Altar-mor da Igreja de São Benedito, em Bragança (1905). Fonte: Arquivo da Cúria da Diocese de Bragança do Pará. Parte integrante do Livro de Registros de 1926, sob a responsabilidade do cônego Luiz Borges de Salles. Disponível na dissertação de mestrado de Dário Benedito Rodrigues.

A festividades tem a mesma origem que a irmandade de São Benedito: em 1798, quando os senhores atenderam ao pedido dos escravos para a organização da irmandade. Nessa época, foi realizada a primeira festa em louvor ao santo. A manifestação foi mantida e incorporou-se ao lado profano da festa.

A Marujada lota as principais ruas de Bragança. Lá, homens ‘marujos’ e mulheres ‘marujas’ percorrem a cidade imitando o balanço de um barco na água. A dança é comandada pelas mulheres e acompanhada musicalmente pelos homens, que usam violas, rabecas, violinos, tambores e cavaquinhos.

A Marujada de Bragança é dividida em várias danças, como: Contra Dança, Retumbão, Mazurca, Valsa, Xote Bragantino, Chorado e Roda.

Confira algumas imagens dos festejos da Marujada:

Balanço da água

A Marujada é constituída quase exclusivamente por mulheres, cabendo a estas a direção e a organização. Os homens são tocadores ou simplesmente acompanhantes. Não há número limitado de marujas, nem tão poucos há papéis a desempenhar.

Nem uma só palavra é articulada, falada ou cantada como auto ou como argumentação. Não há dramatização de qualquer feito marítimo.

As marujas usam blusa branca, toda pregueada e rendada. A saia, comprida e bem rodada, é vermelha ou branca com ramagens de uma dessas duas cores. À tiracolo levam uma fita azul ou vermelha, conforme ramagem ou o colorido da saia.

Na cabeça usam um chapéu todo emplumado e cheio de fitas de várias cores. No pescoço usam um colar de contas ou cordão de ouro e medalhas.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

MPF pede suspensão do licenciamento das obras na BR-319 entre Manaus e Porto Velho

Órgão exige que as licenças ambientais sejam emitidas somente após a consulta prévia às comunidades indígenas e tradicionais que serão impactadas pela pavimentação da rodovia.

Leia também

Publicidade