Tradicional Festa da Marujada em Quatipuru resgata raízes afro-brasileiras com danças e encenações

Reunindo encenações, danças, trajes e músicas típicas, a festa se tornou uma tradição no Pará e já existe há mais de 180 anos.

Um dos festivais mais conhecidos em todo o Pará é a Festa da Marujada, que traz um resgate histórico e cultural das raízes afro-brasileiras. Anualmente, durante o período natalino, Quatipuru (PA), um dos mais novos municípios do Estado, atrai diversos turistas interessados em participar dessa festividade.

O nome do município, ‘Quatipuru’, surgiu em 1845, sendo inspirado pelo mamífero roedor Acutipuru (Sciurusaestuans), que vivia aos arredores do povoado que antes era chamado de Valentim. Atualmente, o município possui uma população de aproximadamente 13 mil habitantes. 

Durante o período de colonização, a tradição chegou ao Pará, criada pelos primeiros escravos a viveram naquela região Para a performance da dança da Marujada, o ritmo predominante é o Carimbó, reúne encenações, danças, trajes e músicas típicas, a festa se tornou uma tradição e já existe há mais de 180 anos.

Foto: Reprodução/ Vito Gemaque

Origem 

Conforme os populares que vivem há anos em Quatipuru, essa tradição surgiu aproximadamente em 1838, na Ilha de Titica, situada à margem esquerda do Rio Quatipuru. Nessa ilha existia uma senhora de escravos, chamada Sinhá Henriqueta, que era conhecida por ser generosa, prestando auxílio aos escravos. Assim, Henriqueta permitiu que eles organizassem e fizessem o primeiro festejo com cantoria e dança em homenagem à São Benedito.

E assim, nas noites de Natal, os escravos acendiam tochas e celebravam com danças e cantorias a São Benedito. Acredita-se que no início a celebração contava com aproximadamente 18 escravos. Com a abolição da escravatura, em 1888, estudos indicam que esses escravos permaneceram pela Ilha de Titica por um longo período. 

Foto: João Sérgio/Acervo 

Características 

A Festa da Marujada é popular nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, sendo uma importante expressão cultural. Em Quatipuru, existe a presença de diversas linguagens estéticas, que variam entre a dança, levantamento e derrubada de mastro, alimentação típica e toques dos tambores. Geralmente, os homens ficam responsáveis por tocar instrumentos musicais, enquanto as mulheres e crianças encenam e dançam.

A encenação é a representação de marinheiros e barcos, esses personagens encenam uma réplica de uma caravela em alto mar, sempre acompanhada de instrumentos de corda. Além da Festa da Marujada, Quatipuru também celebra o Círio de Nossa Senhora de Nazaré e o Festival do Caranguejo, sendo um dos maiores festivais de rua do Estado que reúne milhares de pessoas. 

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