Era temido pelos moradores da região porque se tratava, na verdade, de uma cobra gigante que vivia nas profundezas do rio.
Muitas lendas na Amazônia, devido sua extensão, são similares, mas ganham nomes diferentes de região para região. Este é o caso da lenda do minhocão, conhecida no Mato Grosso. O ‘Minhocão’ era um ser temido por pescadores que acreditavam que ele morava nas profundezas do Rio Cuiabá.
EEra temido pelos moradores da região porque se tratava, na verdade, de uma cobra gigante que vivia nas profundezas do rio e virava os barcos em busca de alimentos, muitas vezes devorando os pescadores.
A lenda teria surgido após o padre Ernesto Barreto comprar um terreno, em 1880, onde hoje está localizada a Barra do Pari, em Cuiabá. Moradores de bairros tradicionais com o Santa Amália ou o Araçá, ainda contam que o Minhocão do Pari só desapareceu da região quando houve uma grande enchente, em 1974.
Aos que acreditam na lenda, após a enchente, o minhocão ficou preso debaixo da igreja matriz da capital de Mato Grosso pelos fios de cabelo de Nossa Senhora. Por isso, é proibido reformar ou restaurar a igreja, para não libertá-lo.
Outra versão
Outra versão da história sobre o minhocão é a do ‘minhocão de Baús’, referindo-se a uma comunidade de pequenos agricultores. O ser místico, irmão do minhocão de Pari, teria surgido no século 19, mas transitaria pela região da Guia. Este era mais inquieto, porque destruía as casas, provocava rebojo nas águas e assustava os moradores.
Lenda de referência
A lenda do minhocão é semelhante à lenda de Boiúna, do Amazonas, ou das cobras grandes, populares em outros Estados amazônicos. A Cobra Grande é uma lenda amazônica que fala de uma imensa cobra que cresce de forma desmensurada e ameaçadora, abandonando a floresta e passando a habitar a parte profunda dos rios.
Ao rastejar pela terra firme, os sulcos que deixa se transformam nos igarapés. Conta a lenda que a cobra grande pode se transformar em embarcações ou outros seres e aparece em numerosos contos indígenas.