Portal Amazônia: qual a validade da farinha?
Complemento no peixe, no açaí, no abacate, parte da famosa farofa de ovo e em diversos outros alimentos regionais, a farinha é parte essencial na alimentação e cultura amazônida.
Produzida a partir da mandioca, o processo consiste em lavar, descascar, triturar ou ralar as raízes, o que gera uma massa úmida. Em seguida a massa é prensada, peneirada e seca ou torrada, transformando-se no alimento essencial para quem mora na região.
Mas você sabe qual a validade deste produto?
Farinha e umidade
De modo geral, após aberto, o pacote de farinha pode ser consumido em até 12 meses. Contudo, o sabor e a qualidade ao longo do tempo dependem de alguns fatores.
Para o mestre em Extensão Rural e pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa em Mandioca e Fruticultura Tropical da Embrapa, Joselito Motta, a conservação da farinha depende muito da umidade do ar:
"Um dos requisitos básicos para a conservação da farinha é o baixo teor de umidade que ela possui. Uma farinha normalmente comercializada ao ar livre no mercado tem em torno de 13% de umidade. Uma farinha que você tira do forno, deixa esfriar e logo armazena ela pode chegar ao nível de 1 a 3% de umidade. Ou seja, a vida útil da farinha aumenta de acordo com a crocância",
explicou.
Armazenamento
Mas a crocância é apenas um dos requisitos para avaliar a vida útil. O pesquisador explica que a farinha é higroscópica, ou seja, absorve a umidade do ar.
Se for colocada em uma 'farinheira' - termo usado para designar recipientes onde comumente são colocadas as farinhas no dia a dia - em uma época de chuva, por exemplo, em menos de uma semana ela já não tem mais o mesmo sabor, conta Joselito. Em um período seco, a crocância da farinha permanece por mais tempo.
"Um procedimento importante é colocar a farinha em um recipiente que não entre ar, como por exemplo em algum plástico com zíper que tenha a possibilidade de manter fechado. Ao fazer isso, você pode aumentar a vida útil por 15 dias ou mais com a mesma crocância",
finalizou.
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