Conheça as comidas reconhecidas como patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará

A comidas típicas regionais do Pará são reconhecidas como integrantes do patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará, graças à promulgação da Lei n° 7.549

O tradicional pato no tucupi e a maniçoba que são comidas típicas regionais do Pará são reconhecidas como integrantes do patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará, graças à promulgação da Lei n° 7.549. Reconhecidas pelo seu valor próprio, os pratos da cozinha paraense são considerados de interesse relevante para a permanência e a identidade da cultura do povo do Pará, de grande importância para as gerações futuras.

A culinária paraense apresenta como sua maior influência a cultura indígena e os ingredientes básicos são característicos da região. As comidas típicas são degustadas diariamente pela população e constam em cardápios de diversos restaurantes.

Foto: Rubens Kato/Divulgação

O que é o Pato no Tucupi e a Maniçoba

Pato no tucupi é o prato típico mais conhecido do Pará! O Tucupi é um caldo amarelo extraído da mandioca e de forte sabor azedo. Quando extraído, é venenoso e não pode ser consumido de imediato: é necessário que ele passe por um longo cozimento que pode levar uma semana. Pode-se encontrar o tucupi com outras carnes e peixes, mas o pato é com certeza a principal escolha, sendo servido com arroz, folhas de jambu refogadas e farinha de mandioca.

A Maniçoba é conhecida como “feijoada paraense” por levar praticamente os mesmo ingredientes que a famosa feijoada. Porém o ingrediente especial é a maniva, planta da mandioca! Por ser uma planta que possui ácido cianídrico, um componente venenoso, a folha precisa passar por um longo cozimento de dias até perder a toxicidade. Depois desse processo, adicionam-se as carnes — como linguiças, orelha e pé de porco, toucinho e costela. O prato costuma ser servido com arroz, farinha d’água e molho de pimenta-de-cheiro.

Este ano por conta da pandemia muitas pessoas ficaram desempregadas e uma delas foi Marcelo Auad, eleque é formado em gastronomia foi afastado da empresa onde trabalhava, e sem ter o que colocar dentro de casa. Ele resolveu fazer maniçoba que é uma paixão das paixões da família e criou a empresa MAVIT, foi a partir dai que iniciou um sonho.

“Começamos a produzir em Março/Abril de 2020 por conta da pandemia, ele foi afastado de onde trabalhava e começou a investir no sonho dele que é cozinhar. Todo ano no mês do círio os nossos familiares que moram em outros estados veem para Belém passar o mês de outubro e o meu pai juntamente da minha avó, cozinham 20 kg de maniçoba. Estamos a quase 8 meses no mercado, e graças a Deus estamos conseguindo crescer bastante, principalmente nesta época do Círio, que todos procuram maniçoba”

Foto: Divulgação

Tradição no Círio

Logo quando acaba a procissão, com a chegada da imagem da santa na praça Santuário em frente à Basílica de Nazaré, as famílias dos devotos se reúnem nos lares para uma grande confraternização e também para saborear os deliciosos pratos típicos da cozinha regional paraense, principalmente o pato-no-tucupi e a maniçoba. Essas comidas expressam uma identidade cultural que o paraense faz questão de exibir, especialmente aos visitantes.

O almoço do Círio é uma oportunidade para as famílias demonstrarem a prodigalidade e a fartura da comida, correspondente também à prodigalidade das bênçãos e das graças proporcionadas pela Virgem de Nazaré. O número de participantes é muito variável entre as famílias, chegando algumas a reunir em torno de 30 pessoas. Mas que este ano por conta da pandemia do novo coronavírus poderá ser menor o número de pessoas.

A sina dos patos no Círio já foi motivo até de charges publicadas em jornais, com o título de “paticídio”. É comum os devotos se referirem ao almoço do Círio como o “Natal dos paraenses”. Alguns dizem que podem até deixar de fazer a ceia do Natal, mas nunca deixariam de fazer o almoço do Círio. 

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