Franceses encerram expedição de três meses pela Amazônia com chegada ao Amapá

Embarcação artesanal feita com palha e cipó percorreu mais de 3 mil km desde os Andes, na Bolívia. Projeto da Expedição Pipilintu celebrou os 200 anos da independência boliviana.

Quatro franceses chegaram ao Amapá após três meses navegando pelos rios da Amazônia em uma balsa artesanal. Foto: Reprodução/Expedição Pipilintu

Três franceses chegaram no dia 14 de outubro à praia da Fazendinha, em Macapá (AP), encerrando a Expedição Pipilintu. A jornada começou há três meses nos Andes, na Bolívia, e percorreu cerca de 3.400 quilômetros pelos rios da Amazônia.

Leia também: Franceses partem da Bolívia e cruzam rios da Amazônia em balsa tradicional

A travessia foi feita em uma balsa artesanal construída com totora — planta típica dos Andes — e cipó. A embarcação simboliza os 200 anos da independência da Bolívia, marco que inspirou o projeto.

Durante o percurso, os franceses enfrentaram correntezas fortes e chuvas intensas, mas também receberam apoio de comunidades ribeirinhas e indígenas.

“O barco que usamos é feito de palha chamada totora, usada por povos indígenas em construções tradicionais. A expedição teve três objetivos: esportivo, cultural e ecológico. Fizemos todo o trajeto sem causar poluição, respeitando o meio ambiente”, explicou Fabien Gallier, capitão da expedição.

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Expedição Pipilintu

No início da viagem, o grupo contou com o apoio da Armada Boliviana. Já em território brasileiro, foram os ribeirinhos que ofereceram ajuda e acolhimento. Um vídeo gravado no Rio Madeira, no Amazonas, mostra a passagem da embarcação e a interação com moradores locais.

Franceses encerram expedição de três meses pela Amazônia com chegada ao Amapá
Foto: Reprodução/Expedição Pipilintu

“Foram três meses intensos, parece que vivi uma vida inteira. A Amazônia era algo que eu não conseguia imaginar, mas agora conheço tanto a parte boliviana quanto a brasileira. O que mais vou lembrar são as pessoas generosas que encontramos pelo caminho”, disse o tripulante Benjamin Vaysse.

Com a chegada ao destino final, a embarcação será desmontada e transformada em adubo orgânico. O material será doado à Prefeitura de Macapá para uso no viveiro de plantas da cidade, como forma de promover a sustentabilidade e preservar o meio ambiente.

“A Prefeitura veio dar as boas-vindas à expedição, que também realizou ações de educação ambiental com comunidades ribeirinhas. Agora, o barco será desmontado: as cordas de plástico serão retiradas e o restante, feito de material orgânico, será usado na compostagem do viveiro municipal. O fim da expedição vai se transformar em árvores em Macapá”, afirmou Valcir Marvulle, secretário municipal de Meio Ambiente.

Confira AQUI os registros oficiais do grupo expedicionário.

*Por Rafael Aleixo, da Rede Amazônica AP

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