Foto: Reprodução/@edu.slum_audiovisual
Campeão Mundial e com 30 anos de história, o grupo de danças folclóricas Flor Ribeirinha, de Mato Grosso, avança mais um passo na divulgação da cultura. Reconhecido como patrimônio histórico e imaterial de Cuiabá em fevereiro deste ano, o grupo começou uma turnê pela Europa no dia 15 de junho.
O Flor Ribeirinha é uma das principais manifestações culturais mato-grossenses, trabalhando no resgate, manutenção, proteção e difusão da cultura popular da região, além de manter viva a tradição do Siriri e Cururu.
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O grupo folclórico começou o novo circuito de apresentações do espetáculo ‘Brazil Brazil’ na cidade de Beloeil-Quevaucamps, na Bélgica.
São 80 minutos de apresentação, com elementos típicos que vão da Amazônia, como o Boi-Bumbá, até o Nordeste, como o Frevo, e, claro, o Siriri mato-grossense. A turnê segue até dia 8 de julho entre a Bélgica e a França.
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Origem
Idealizado por dona Domingas Leonor, o grupo nasceu na comunidade de São Gonçalo Beira Rio, situada à margem esquerda do Rio Cuiabá, pertencente ao distrito do Coxipó da Ponte, em Cuiabá, Estado de Mato Grosso.
Como a comunidade foi fundada no século XVIII, em território de indígenas Coxiponés – cuja presença é recordada nos traços físicos dos moradores, no ritmo e nos passos da dança – o Flor Ribeirinha não poderia deixar de trabalhar o Siriri – dança típica mato-grossense, realizada na região sul de Cuiabá há mais de 200 anos e que reflete o multiculturalismo brasileiro formado por indígenas, negros, portugueses e espanhóis.
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É dançado e cantado por homens, mulheres e crianças em fila ou roda formada por pares que cantam e batem palmas ao ritmo rápido e forte da música. O coro estridente e às vezes monótono é próprio da música ameríndia, com clara influência da música serena e melodiosa repleta de sentimento religioso dos colonizadores.
O ritmo marcado por instrumentos de percussão é herança da música africana. A dança utilizada é o meio expressivo que usa o corpo como instrumento material vibrante e sonoro de construção de elementos simbólicos que traduzem sentido.
O grupo contribui para a preservação de tradições cuiabanas, como as celebrações das festas de santos, produção de cerâmica em argila, comidas e bebidas típicas, confecção e uso da viola de cocho.
E também acumula títulos mundiais, conquistados em países como Turquia (2017), Polônia (2021) e Bulgária (2022) e se tornou tetracampeão mundial de folclore, no ‘Cheonan World Dance Festival’, na Coreia, da edição de 2024.
*Com informações do Mapas MT e Grupo Folclórico Flor Ribeirinha
