Festival contou com 11 dias de programação. Foto: Divulgação/Rioterra
Após 11 dias de intensa programação artística e formativa, o Festival dos Povos da Floresta concluiu sua estreia em Porto Velho (RO) com um público estimado em 35 mil pessoas. Diversas atividades gratuitas – entre shows musicais, exposições, oficinas, apresentações indígenas e rodas de conversa – foram realizadas e o evento marcou o início de uma jornada nacional que reconhece e celebra a produção cultural viva, múltipla e contemporânea da Amazônia.
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Idealizado pelo Centro de Inovação da Amazônia Rioterra e apresentado pela Petrobras através do programa Petrobras Cultural, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com realização do Ministério da Cultura e do Governo Federal, o Festival dos Povos da Floresta se firma como uma iniciativa essencial para promover a justiça cultural e o protagonismo amazônico em escala nacional.
O evento propõe uma mudança de paradigma: a Amazônia não como um espaço apenas de preservação ou extração, mas como centro de criação e protagonismo cultural.


De acordo com a organização, esse tipo de iniciativa representa “um avanço concreto na valorização de artistas da floresta que, até então, tinham pouca ou nenhuma visibilidade fora de seus próprios territórios. Ao oferecer uma plataforma de alcance nacional, o Festival permite que suas vozes, sons, imagens e histórias alcancem novos públicos e circulem em contextos mais amplos”.
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Para a população local, o evento também é transformador, pois gera pertencimento, promove o orgulho da identidade regional e amplia o acesso à cultura de qualidade, fortalecendo laços entre tradição e contemporaneidade.

A programação diversa atraiu milhares de pessoas ao Palco Petrobras, com apresentações de artistas como Gabriê, Patrícia Bastos, Ernesto Melo, Nilson Chaves, Quilomboclada e dos povos Gavião, Arara, Aruá, Tupari e Zoró, além do show de encerramento com Lenine, que selou a conexão entre o Brasil urbano e as vozes da floresta.
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Na exposição Juvia, encerrada em 8 de junho, o público teve acesso a um retrato plural da arte amazônica, com obras de artistas indígenas, coletivos locais e nomes consagrados como Gustavo Caboco e Paula Sampaio. Oficinas, vivências e rodas de conversa completaram a experiência, integrando formação de público, escuta ativa e fortalecimento de identidades coletivas.

Segundo Fabiana Gomes, diretora de projetos da Rioterra, “o impacto dessa primeira edição vai além dos números. Ele está na potência dos encontros, na visibilidade conquistada pelos artistas e mestres da floresta, e na abertura de caminhos para que a cultura amazônica seja reconhecida como parte central da identidade brasileira”.
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Com uma trajetória itinerante, o Festival dos Povos da Floresta agora se prepara para sua próxima parada: Boa Vista (RR), onde seguirá promovendo intercâmbios culturais, protagonismo indígena e valorização dos territórios tradicionais.
As demais etapas ocorrerão em Macapá (AP), Belém (PA) e o encerramento será em Brasília (DF), consolidando um circuito cultural inédito e de alcance nacional. As datas ainda serão anunciadas.
“Ao reunir artistas, mestres da tradição e novos criadores, o Festival dos Povos da Floresta revela que a Amazônia é também um território de arte, invenção e futuro. É um Brasil que precisa ser escutado com atenção e respeito”, afirma a curadora Aline Moraes.