23° Festival de Ópera do Theatro da Paz celebra centenário do italiano Giacomo Puccini

A maestra Lígia Amadio, que regerá 'Gianni Schicchi', será a primeira mulher a assumir a regência de uma ópera no Festival.

Foto: David Alves/Agência Pará

Uma das principais tradições culturais do Pará e um dos principais festivais de Ópera do país abriu sua 23ª edição em agosto e segue até o dia 7 de setembro. O XXIII Festival de Ópera do Theatro da Paz, em Belém, destaca-se com uma homenagem ao centenário de morte do italiano Giacomo Puccini.

No dia 4 de setembro, o “Recital de Piano Duo Azulay” promete encantar o público com a maestria e a sensibilidade de um repertório cuidadosamente selecionado. Finalizando o Festival, a ópera cômica “Gianni Schicchi” será apresentada nos dias 3, 5 e 7 de setembro, destacando a genialidade de Puccini em um cenário repleto de humor e lirismo.

De acordo com Dione Colares, diretora artística do festival, o ‘Ano Puccini’ influenciou na programação e na seleção das obras do Festival este ano. “Puccini é uma figura lendária no mundo da ópera, ele é um gênio do drama musical e morreu há 100 anos atrás exatamente, em 1924. Então, nada mais coerente do que pensar nesse grande expoente do mundo lírico, e da ópera, como o patrono desta edição. O mundo comemora Puccini e nós aqui no Festival de Ópera do Theatro da Paz também comemoramos”, explicou.

Miguel Campos Neto, maestro da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, detalha que Giacomo Puccini foi um dos mais importantes compositores de ópera da história, sendo um expoente significativo da escola do verismo. “Nascido na Itália, Puccini veio de uma família musical; seu avô também era compositor. Ele começou sua carreira compondo óperas que inicialmente não tiveram grande sucesso, mas a partir de sua terceira ópera, ‘Manon Lescaut’, alcançou reconhecimento e aclamação”, disse o maestro.

Nandressa Nuñez, diretora de produção do Festival, destacou a vontade e o esforço coletivo que têm sustentado o evento ao longo dos anos.

“Eu entendo que não existem desafios quando você tem a vontade de fazer. E o que existe verdadeiramente nesses 23 anos de Festival de Ópera é a vontade do governo, da Secretaria de Cultura e, principalmente, da produção do festival em fazer acontecer. A direção do Festival se empenha para que isso aconteça e buscamos fazer dando o melhor resultado para o público sempre”, afirmou.

Nuñez também ressaltou a importância histórica e a relevância cultural do Festival:

Inovações do Festival

Dione Colares destacou a visão artística que guiou a seleção das obras. “Pensamos em representar Puccini a partir de dois títulos contrastantes. ‘La Bohème’ traz um final trágico, enquanto ‘Gianni Schicchi’ apresenta um tema mais leve, inspirado na ‘Divina Comédia’ de Dante. Ambas as obras têm o amor como tema central, mas com desfechos diferentes”, explicou.

Foto: Carlos Dossena

A escolha de “La Bohème” (apresentada em agosto) também tem um significado especial para o Theatro da Paz. “Ela estreou no Brasil aqui no Theatro da Paz em 1900. Essa conexão histórica foi um dos motivos para escolhê-la”, explicou Colares.

Além disso, o festival deste ano traz uma inovação significativa com a inclusão de uma maestra, Lígia Amadio, que regerá ‘Gianni Schicchi’, marcando a primeira vez que uma mulher assume a regência de uma ópera no Festival. Outra novidade é a inclusão de um musical, em parceria com a Fundação Carlos Gomes, oferecendo matinês para o público infantil e geral.

O Festival de Ópera do Theatro da Paz é uma realização do governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), Theatro da Paz, em parceria com a Academia Paraense de Música (APM) e tem uma programação diversificada com títulos contrastantes. 

*Com informações da Secult PA

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