Documentário homenageia Mestre Dikinho, referência do carimbó na Ilha do Marajó

Dikinho faleceu no dia 17 de julho, aos 83 anos, causando comoção no cenário cultural regional, pela relevância de sua trajetória no Carimbó e outras expressões da Cultura Popular paraense.

Foto: Beatriz Maia

O documentário “Mestre Dikinho e Tambores do Pacoval – Carimbó de Encantaria” foi lançado no dia 19 de outubro na sede da Associação de Moradores do bairro do Pacoval (AMPAC), em Soure – na Ilha do Marajó. O evento ocorreu no barracão onde há 15 anos são realizadas rodas de carimbó que contaram com a presença assídua e determinante de Mestre Dikinho, artista paraense que formou gerações de tocadoras e tocadores da ilha, além de ser uma referência para todo o Pará.

Dikinho faleceu na madrugada do dia 17 de julho deste ano, aos 83 anos, causando grande comoção no cenário cultural regional, pela relevância de sua trajetória não somente no Carimbó, quanto em outras expressões da Cultura Popular paraense, como o Boi, o Carnaval e o Bolero.

O documentário apresenta uma natureza atemporal, lançando um olhar íntimo sobre a vida e obra do mestre, possibilitando a eternização do seu legado em imagem e som, e registra os costumes, a biodiversidade e a cultura da Amazônia, possibilitando um olhar do mundo para esse lugar; da vida de um Mestre e o repasse de seus saberes; muitos episódios inusitados em mais de 80 anos de história; o Carimbó; a vida no Marajó, tradição e modernidade; búfalos e motos; do Tambores do Pacoval e seu protagonismo na transformação da realidade de um bairro pela cultura e organização comunitária; mulheres no tambor e na liderança, gerações em convívio e permanente aprendizado. 

Foto: Beatriz Maia

Mestre Dikinho foi compositor, violonista, cantor e artesão marajoara. Cresceu entre campos e rios trabalhando como vaqueiro e pescador, imerso na poesia e encantaria da região. Da sua vivência surgiram canções em vários ritmos: do carimbó ao samba, do bolero ao xote e ao boi, que foram tocadas magistralmente pelo mestre em diversos grupos, desde os anos 60.

Passou mais de década junto ao “Tambores do Pacoval”. Também fez parte do grupo “Os Mansos” nos últimos anos de sua vida, junto ao seu grande parceiro de estrada, Mestre César do Regatão, além de amigo fiel, Yuri Guimarães.

O documentário é uma coprodução da Associação de moradores do Pacoval e a produtora Cris Salgado Films com a Universidade Federal do Pará através do Programa Coroatá. O filme traz entrevistas com o Mestre, seus amigos e parceiros de carimbó, além de clipes e animações sobre a encantaria do Marajó e registro de momentos marcantes da cultura na ilha.

*Com informações da UFPA

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